quinta-feira, 28 de fevereiro de 2019

Feliciano manda desarquivar projetos que estabelecem criacionismo nas escolas

Dentre as dezenas de projetos que foram desarquivados na Câmara dos Deputados, pelo menos cinco dizem respeito à inclusão de conteúdos relacionados à religião nas escolas brasileiras.
Dois deles propõem a inclusão de matérias sobre criacionismo na grade curricular das redes pública e privada de ensino, e outros dois colocam o ensino da Bíblia como obrigatório no currículo do ensino fundamental e médio.
Os quatro projetos foram apensados ao PL 309/2011, de autoria do deputado Marco Feliciano (PSC) – também desarquivado semana passada –, que torna obrigatório que seja oferecida uma disciplina de ensino religioso nas redes públicas de ensino do país.
A proposta, segundo o Brasil de Fato, coloca o ensino religioso como uma matéria de matrícula facultativa e que deve “assegurar o respeito à diversidade cultural religiosa do Brasil”. O projeto atualmente aguarda parecer do Relator na Comissão de Educação (CE).

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2019

Cientistas do Rio criam minicérebros em laboratório

RIO - Cientistas da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e do Instituto D’Or de Pesquisa criaram, pela primeira vez na América Latina, minicérebros com olhos em laboratório. E não é só. Provavelmente eles podem “enxergar” – um avanço e tanto que pode ampliar a compreensão sobre diversas doenças, acelerar as pesquisas sobre o desenvolvimento do cérebro humano e revolucionar a própria definição de vida.
Os cientistas brasileiros trabalham desde 2016 na criação desses organoides. São estruturas tridimensionais criadas a partir de células reprogramadas, que funcionam como modelo do cérebro humano. Ao longo desse período, os pesquisadores têm procurado aperfeiçoar esse modelo, criando estruturas cada vez mais complexas.
Agora, eles conseguiram dar um passo inédito: criar minicérebros com células pigmentadas da retina. No cérebro humano, essas células são responsáveis por receber estímulos luminosos e, a partir deles, transmitir impulsos elétricos às células nervosas envolvidas no processamento da visão. Em outras palavras: enxergar.
“A gente ainda não teve essa confirmação”, ressaltou o neurocientista Stevens Rehen, principal autor do estudo, já aceito para publicação na BMC Developmental Biology. “Mas temos uma estrutura que é um olho e células de retina funcionando. Se comprovarmos que o padrão de atividade cerebral muda com o estímulo luminoso, isso significa que ‘enxerga’.”
Os organoides têm 5 milhões de células, entre elas neurônios. Um cérebro humano plenamente desenvolvido soma 86 bilhões de neurônios. “Os organoides estão longe de ser um cérebro real”, explica Rehen. “Mas eles têm características morfológicas e bioquímicas que os aproximam mais do que qualquer outro modelo disponível no momento de um cérebro real.”
A criação dos minicérebros com olhos são uma demonstração importante de que é possível repetir, em laboratório, graus cada vez mais avançados de desenvolvimento humano. Mas, principalmente, a experiência é importante para entender diferentes doenças e testar, sem risco para pessoas, efeitos de substâncias com potencial terapêutico em organoides vivos. O grupo de Rehen determinou, por exemplo, a relação entre o vírus zika e a microcefalia com base em testes feitos nos minicérebros. A equipe testa também os efeitos de substâncias psicodélicas no cérebro.
Resultado de imagem para minicerebroOs cientistas usam células da pele ou da urina de um voluntário e as induzem, no laboratório, a voltarem ao estágio de células-tronco embrionárias, capazes de se transformarem em qualquer tecido do corpo. Essas células são transformadas em neurônios e em outras células do sistema nervoso.
A equipe de Rehen conseguiu sofisticar o ambiente onde as células são mantidas, se aproximando mais ainda do que acontece no desenvolvimento intrauterino. Assim se formou, por exemplo, o epitélio pigmentar e células da retina, uma estrutura capaz de reagir a estímulos luminosos.
“Eles são uma demonstração de que é possível repetir, em laboratório, graus cada vez mais avançados de desenvolvimento humano”, comemora o cientista. “Mas, principalmente, eles nos ajudarão a entender doenças humanas e testar, sem risco para pessoas, efeitos de substâncias com potencial terapêutico.”

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2019

Ninguém aguenta mais um governo que já está em frangalhos antes mesmo de começar

Imagem relacionadaO meu quarto de hotel tem vista para a Baía de São Francisco. À esquerda está a Golden Gate, ponte vermelha que é um dos símbolos da cidade, à direita a Bay Bridge, que acho até mais bonita mas que não tem o mesmo prestígio. Bem à frente estão a pirâmide alta e anoréxica do Transamerica Building, um pouco além a Coit Tower e, já na água, uma ilhota com algumas construções que, até 1963, funcionou como prisão de segurança máxima. Chama-se Alcatraz.
A fama é maior do que a ilha, que, vista daqui, não impressiona ninguém. Já estive lá num passeio em que ouvi histórias horripilantes, tirei fotos, vi muitos pássaros e até entrei numa das celas minúsculas, como turista obediente, para tentar imaginar a vida dos prisioneiros.
Olho para Alcatraz e penso nos homens que apodreceram lá dentro sonhando com o mundo aqui fora, e em toda a mitologia que se construiu em torno dessa ilha minúscula; mas penso, sobretudo, em como Alcatraz é uma relíquia de tempos em que a população carcerária cabia num lugar tão pequeno.
Penso também no alívio que é estar aqui, ainda que por três rápidos dias. O Brasil virou uma espécie de Alcatraz metafísico, um pesadelo contínuo do qual todos querem, se não fugir, pelo menos acordar. Ninguém aguenta mais tanta violência, tantas notícias ruins, tanta desesperança.
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Ninguém aguenta mais um governo que já está em frangalhos antes mesmo de começar. A foto de Bolsonaro vestido de moleton, camiseta pirata, chinelo Rider e paletó alheio é uma daquelas imagens que, quando vistas, não se podem desver. Daqui a muitos anos, quando conseguirmos olhar desapaixonadamente para os tempos que correm, ela vai funcionar como uma espécie de resumo deste reinado.
Os trajes do presidente não traduzem a “simplicidade” que ele almeja, apenas desmazelo e esculhambação. A sua postura nega qualquer descontração. Seus defensores foram rápidos nas redes sociais, lembrando todos os pontos e complicações da cirurgia por que passou; mas é perfeitamente possível ficar confortável sem ostentar tanta deselegância e tão pouco senso de respeito ao cargo.
O que as roupas de Bolsonaro dizem é que ele não tem a mínima ideia de onde está e da importância do seu emprego.
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Aliás, estou cada vez mais convencida de que o Bolsonaro que foi para a presidência não existe. Enquanto caminhava com as próprias pernas, Jair Bolsonaro era apenas um deputado do baixo clero, que provavelmente teria continuado na Câmara sem fazer nada até o fim da vida, chamando a atenção com pequenos escândalos sem grandes consequências.
O “mito” que cresceu nas redes e no imaginário popular é uma espécie de Dilma, a Gerentona, uma figura estruturada do nada a golpes de marketing.
Esse “mito” é, em boa medida, uma invenção dos filhos, que se apropriaram das suas redes sociais, souberam interpretar a insatisfação do eleitorado e lhe ofereceram o herói antitudoissoqueaíestá que desejava.
Por isso, não adianta imaginar que, em qualquer momento, os filhos se distanciarão politicamente dele, ou da sua conta no Twitter.
O Bolsonaro que foi eleito não existe. O Bolsonaro que existe não tem nem inteligência nem consistência para seguir adiante sozinho com a farsa.

Grupo invade embaixada do Brasil na Grécia em protesto anti-Bolsonaro

A embaixada do Brasil em Atenas, Grécia, foi invadida e pichada nesta quarta-feira, 20. Segundo informações obtidas pelo jornal O Estado de S. Paulo, cerca de dez pessoas renderam os vigilantes e entraram no prédio gritando palavras de ordem contra o presidente Jair Bolsonaro. Ainda de acordo com essas informações, o grupo foi classificado como "anarquistas gregos". Não teriam sido identificados brasileiros entre eles.
Grupo invade embaixada do Brasil na Grécia em protesto anti-BolsonaroO Ministério das Relações Exteriores (MRE) limitou-se a dizer à reportagem que "no momento não tem maiores esclarecimentos sobre o caso".
Esta é a segunda invasão de embaixada brasileira na Europa, desde que Bolsonaro assumiu a Presidência da República.
Em 1º de fevereiro, a embaixada do Brasil em Berlim também foi atacada e a fachada do prédio coberto por tinha rosa, janelas e portas foram quebradas em uma ação de apoio à "resistência feminista, transgênero e antifascistas no Brasil" e ao MST – Movimento dos Trabalhadores Sem Terra.
Esses ataques começam a preocupar o Palácio do Planalto, porque podem se transformar em atos de terror.
Desta vez, além de renderem os vigilantes, paredes, móveis e quadros foram pichados na embaixada de Atenas.
O governo brasileiro ainda está identificando os estragos e verificando as atitudes a serem tomadas.

domingo, 17 de fevereiro de 2019

Mãe de piloto que faleceu em acidente com Boechat morre três dias após o filho

Três dias após a morte do piloto Ronaldo Quattrucci em um acidente de helicóptero que também matou o jornalista Ricardo Boechat na última segunda-feira (11), a mãe dele, Philomena, faleceu. A informação foi publicada pela filha do piloto, Amanda Martinez, em seu perfil no Instagram.
Segundo o relato, Philomena tinha uma doença terminal e não recebeu a notícia da morte do filho. Na postagem, a jovem ainda cita o tio, Rogério, que era piloto e morreu em um acidente aéreo em 1998.

"Quando meu pai estava sofrendo com sua doença terminal, a vida nos surpreende e Deus o levou três dias antes dela. Você não a viu ir e ela não chegou a saber da sua partida e agora continuam juntos em outro plano. Oro por vocês e sei que irão guiar e cuidar de nós que ficamos, junto com o tio Rogério. Amo muito vocês e vou amar por toda eternidade", escreveu Amanda.No fim do texto Amanda agradece pelas mensagens de carinho e conforto que a família têm recebido e informa que a missa de sétimo dia da avó e do pai será realizada às 19h30 da próxima segunda-feira na Igreja Cristo Rei, no Tatuapé, São Paulo.

Idosa mata o marido após ele urinar na calça

Uma mulher de 74 anos matou o marido, de 53, após uma discussão iniciada pelo fato de ele ter feito xixi na calça em casa, na cidade de Dunstable (Inglaterra).
Durante a briga, Angela Ayre foi à cozinha, pegou uma faca e golpeou o marido no peito. Mark Evans morreu na hora. Os dois haviam consumido bebida alcoólica, contou o "Daily Mirror".

Angela ligou para a polícia: "Acabei de esfaquear o Mark. Por favor, ajudem-me".




Pelo homicídio culposo, a idosa foi condenada na semana passada a três anos de prisão. O crime ocorreu em março do ano passado.

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2019

Dodge devolverá inquérito de Flávio Bolsonaro para a PRE do Rio

A PGR (Procuradoria Geral da República) devolverá para a PRE-RJ (Procuradoria Regional Eleitoral do Rio de Janeiro) o inquérito que investiga o senador eleito Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) por falsificação de documento público para fins eleitorais.
A informação foi divulgada pelo Broadcast Político.
Para a PGR, o caso não deveria subir para outra instância em virtude do novo entendimento do STF (Supremo Tribunal Federal) sobre o alcance do foro privilegiado, que só deve ser aplicado para crimes cometidos no exercício do mandato e em função do cargo.
A investigação tem relação com as transações imobiliárias de Flávio Bolsonaro quando ele era deputado estadual do Rio de Janeiro.
O caso, que tramitava na PRE-RJ desde março de 2018, apura possível crime eleitoral praticado por Flávio Bolsonaro ao declarar imóveis comprados por meio de “negociações relâmpago” ao TSE com valores supostamente abaixo do real.
De acordo com o inquérito, as negociações teriam resultado em aumento do patrimônio do atual senador e, ainda, haveria indícios de lavagem de dinheiro na transação.

domingo, 3 de fevereiro de 2019

Filme sobre ‘cura gay’ com Nicole Kidman tem lançamento cancelado no Brasil

Filme sobre ‘cura gay’ com Nicole Kidman tem lançamento cancelado no BrasilO drama Boy Erased: Uma Verdade Anulada tinha estreia anunciada no Brasil para o dia 31 de janeiro pela Universal Pictures. A empresa, porém, cancelou o lançamento e deve divulgar o filme no País apenas para home video. A decisão pegou mal e o próprio Garrard Conley, ativista cujo livro inspirou o filme, falou em “censura”. A empresa alega que a decisão foi tomada “única e exclusivamente por uma questão comercial baseada no custo de campanha de lançamento versus estimativa de bilheteria”.
Baseado no livro de memórias do ativista americano e dirigido por Joel Edgerton, o longa foi indicado para o Globo de Ouro nas categorias melhor ator de drama, pela atuação de Lucas Hedges, e melhor música para filmes (e acabou não levando nenhum dos dois, e também não levou nenhuma das esperadas indicações ao Oscar). Russel Crowe e Nicole Kidman completam o elenco.
A trama conta a história do jovem gay Jared Eamons (Hedges), filho de Marshall Eamons (Crowe), pastor de uma cidade conservadora do Arkansas, e da religiosa Nancy Eamons (Kidman). Segundo sinopse divulgada pela própria Universal, em dezembro de 2018, “quando confrontado pela família sobre sua sexualidade, (o personagem) se vê pressionado a escolher entre perder seus familiares e amigos ou se submeter a um programa de terapia que busca a ‘cura’ da homossexualidade”.
Garrard Conley – cujo livro Boy Erased foi lançado agora no Brasil pela editora Intrínseca – se mostrou descontente nas redes sociais com o ocorrido. “Boy Erased censurado no Brasil. Sentia que isso poderia acontecer e é muito triste que esse tipo de coisa esteja acontecendo num país tão maravilhoso”, escreveu.