Preso em um desdobramento da Operação Chequinho, que apura a compra de votos nas eleições de Campos dos Goytacazes (RJ), Garotinho foi solto na semana passada, por decisão do ministro Gilmar Mendes, presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Falta de materiais básicos
As cirurgias no Hospital do Coração, em Fortaleza, começaram a ficar comprometidas no início do mês passado. Segundo médicos e funcionários que não querem se identificar, a ausência do medicamento citado pela direção do hospital não é o único motivo. Hoje, a lista de remédios e materiais em falta no centro cirúrgico é bem maior. Um documento de controle interno do hospital mostra a falta de quatro medicamentos, além de materiais, como cateter, compressas, dreno e fios de sutura.
“Algum fio de sutura inapropriado, às vezes, você, pelo tipo de agulha que vem diferente na compra, você tem que trocar, adiar a cirurgia enquanto troca, o que eu estou querendo dizer é que não há comprometimento, ou seja, eu desafio alguém que tenha chegado aqui, à exceção desse caso de transplante. Que tenha chegado com alguma urgência que não tenha sido operado”.
Em um vídeo feito por um acompanhante de um paciente mostra o hospital lotado, inclusive nos corredores. Muitos doentes a espera de cirurgia. O assistente administrativo Jonas Vidal diz que a mãe dele já está no hospital há dois meses e ainda não sabe quando vai sair.
“Ela está precisando de uma válvula no coração e de um stencil e por falta de material cirúrgico ela não está em condições de ser operada”, lamentou.
Segundo a Secretária de Saúde do Ceará, o fornecedor se comprometeu a enviar um primeiro lote do medicamento usado pelos pacientes que fazem transplante a partir da próxima semana. Outros lotes serão entregues em janeiro e fevereiro.