No sábado (9), o comando das Forças Armadas anunciou a retirada do general Antonio Mourão do posto de secretário de Economia e Finanças do Exército. Dois dias antes, em um evento organizado pela seita de extrema-direita "Terrorismo Nunca Mais", ele havia novamente defendido que os militares agissem "dentro da legalidade" contra o "caos" no país. Para ele, a intervenção teria papel "moderador e pacificador". O bravateiro também atacou os ex-presidentes Lula e Dilma Rousseff e ironizou o "balcão de negócios" instalado pelo usurpador Michel Temer para aprovar as suas contrarreformas. Para agravar ainda mais a sua situação, o tal general Mourão defendeu abertamente a candidatura presidencial do fascista Jair Bolsonaro, "um homem que não tem telhado de vidro".
As declarações políticas e fascistoides do general ultrapassaram todos os limites da legalidade. Diante do atentado à Constituição, o comandante do Exército, general Eduardo Villas Boas, que na primeira ocasião havia amenizado as críticas ao insubordinado, decidiu puni-lo. Em 2015, após atacar a presidenta Dilma Rousseff, o general Mourão já tinha sido exonerado do Comando Militar do Sul, em Porto Alegre. Recalcitrante no crime, ele agora sofre nova sanção. Para alguns analistas da área militar, porém, a atitude do militar golpista não foi impensada. Ele teria ambições políticas. Fala-se, até, que desejaria ser vice na chapa de Jair Bolsonaro. Na palestra em que voltou a defender o golpe militar, o vaidoso general Mourão nem disfarçou. Perguntado se seria candidato, ele afirmou: "Eu apenas digo uma coisa: não há portas fechadas na minha vida".
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