sexta-feira, 19 de agosto de 2016

Ministro do Interior alemão pede proibição parcial da burca

Mulher coberta por burca anda no Afeganistão em foto de 2009. Apesar de viver boa parte de suas vidas debaixo dos véus, as mulheres afegãs têm sido pressionadas para estar de acordo com os ideais de beleza ocidentais (Foto: Shah Marai/AFP)O ministério do Interior alemão, Thomas de Maizière, pediu nesta sexta-feira (19), após uma reunião com seus colegas conservadores dos governos regionais, uma proibição parcial da burca. A iniciativa acontece em um momento em que a integração está no centro do debate político.

"Estamos de acordo em rejeitar a burca, estamos de acordo que também queremos introduzir legalmente a obrigação de mostrar o rosto onde for necessário para nossa sociedade: ao volante, nos processos administrativos,  nas escolas e nas universidades, nos serviços públicos, ante os tribunais", disse em declarações à rede de televisão ZDF.

De Maizière sustentou que um véu inteiro não é compatível com "uma sociedade cosmopolita". "Queremos mostrar nossos rostos uns aos outros e esta é a razão pela qual concordamos em rejeitar isso, agora a questão é como traduzimos isso em uma lei", disse.

De Maizière defendeu uma proibição parcial da burca, enquanto setores mais duros do partido da chanceler Angela Merkel, a União Democrata Cristã, apoiam uma proibição total.
A proibição parcial provavelmente ganharia apoios no Parlamento, sustentou o ministro.
A grande coalizão que governa na Alemanha, integrada também pelos sociais-democratas (SPD), tem maioria no Parlamento.
A postura que De Maizière defende agora representa uma concessão à ala mais conservadora quando se aproximam duas eleições em Estados chave no próximo mês, num momento em que o partido de extrema-direita populista Alternativa para a Alemanha (AfD) está posicionado para ter um avanço importante.
Após uma série de ataques em julho, alguns dos quais reivindicados pelo grupo Estado Islâmico(EI), o ministro anunciou no dia 11 de agosto uma série de medidas para reforçar a segurança no país.

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