Extremistas do Estado Islâmico pretendem excluir as mulheres da vida pública no território que se estende da periferia da cidade síria de Alepo, até a fronteira com a capital iraquiana.
O grupo destaca-se pelas atrocidades impostas às mulheres e meninas da comunidade minoritária yazidi, que vêm sendo sequestradas e entregues como escravas aos extremistas.
Segundo a Anistia Internacional, as reféns, incluindo meninas de 10 e 12 anos, são torturadas, estupradas e submetidas à escravidão sexual. Algumas já cometeram suicídio.
A movimentação das mulheres foi restringida e as oportunidades de trabalho diminuíram.
Em Mosul, a maior cidade do califado, “a vida para as mulheres deu uma guinada de 180 graus”, conforme informou Hanaa Edwer, renomada ativista de direitos humanos no Iraque: “Foram proibidas de estudar, de se movimentar livremente”, sendo que “pelo menos dez mulheres foram mortas na cidade por se manifestarem contra o grupo”.
Em agosto passado, o Estado Islâmico prendeu e decapitou uma dentista em Deir el-Zor, na Síria, por haver atendido a pacientes de ambos os sexos. Parentes de mulheres consideradas indevidamente vestidas ou encontradas em companhia de homens que não sejam de sua família, são amarradas e presas.
Em todo o território elas têm agora de usar o “khimar”, manto que cobre a cabeça, os ombros e o peito, deixando somente a face exposta. Em algumas situações, são obrigadas a colocar um véu sobre seus rostos, deixando apenas os olhos visíveis.
Tanto no Iraque quanto na Síria, muitos pais optaram por não enviar seus filhos à escola, como a única forma de evitar a influência do grupo extremista sobre as crianças. A segregação ocorre, também, nos hospitais. Uma mulher tem de ser atendida somente por uma médica, ainda que sejam poucas as existentes na região.
De acordo com a ONU, houve um aumento do número de casamentos precoces, porque os pais querem encontrar maridos para suas filhas o mais rápido possível, temendo que sejam forçadas a se casarem com combatentes do Estado Islâmico.
Na cidade síria de Raqqa, capital dos militantes, os ativistas relatam que as mulheres foram autorizadas a deixar suas casas por conta própria, embora isto só seja permitido se contarem com um companheiro do sexo masculino.
Este é o quadro desolador em que se encontram as mulheres naquela região, permanentemente sob o controle da milícia radical, como ocorria em relação aos talibãs no Afeganistão.
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