quarta-feira, 11 de fevereiro de 2015

As atrocidades do Estado Islâmico.

Extremistas do Estado Islâmico pretendem excluir as mulheres da vida pública no território que se estende da periferia da cidade síria de Alepo, até a fronteira com a capital iraquiana.
O grupo destaca-se pelas atrocidades impostas às mulheres e meninas da comunidade minoritária yazidi, que vêm sendo sequestradas e entregues como escravas aos extremistas.
Segundo a Anistia Internacional, as reféns, incluindo meninas de 10 e 12 anos, são torturadas, estupradas e submetidas à escravidão sexual. Algumas já cometeram suicídio.
A movimentação das mulheres foi restringida e as oportunidades de trabalho diminuíram.
Em Mosul, a maior cidade do califado, “a vida para as mulheres deu uma guinada de 180 graus”, conforme informou Hanaa Edwer, renomada ativista de direitos humanos no Iraque: “Foram proibidas de estudar, de se movimentar livremente”, sendo que “pelo menos dez mulheres foram mortas na cidade por se manifestarem contra o grupo”.
Em agosto passado, o Estado Islâmico prendeu e decapitou uma dentista em Deir el-Zor, na Síria, por haver atendido a pacientes de ambos os sexos. Parentes de mulheres consideradas indevidamente vestidas ou encontradas em companhia de homens que não sejam de sua família, são amarradas e presas.
Em todo o território elas têm agora de usar o “khimar”, manto que cobre a cabeça, os ombros e o peito, deixando somente a face exposta. Em algumas situações, são obrigadas a colocar um véu sobre seus rostos, deixando apenas os olhos visíveis.
Tanto no Iraque quanto na Síria, muitos pais optaram por não enviar seus filhos à escola, como a única forma de evitar a influência do grupo extremista sobre as crianças. A segregação ocorre, também, nos hospitais. Uma mulher tem de ser atendida somente por uma médica, ainda que sejam poucas as existentes na região.
De acordo com a ONU, houve um aumento do número de casamentos precoces, porque os pais querem encontrar maridos para suas filhas o mais rápido possível, temendo que sejam forçadas a se casarem com combatentes do Estado Islâmico.
Na cidade síria de Raqqa, capital dos militantes, os ativistas relatam que as mulheres foram autorizadas a deixar suas casas por conta própria, embora isto só seja permitido se contarem com um companheiro do sexo masculino.
Este é o quadro desolador em que se encontram as mulheres naquela região, permanentemente sob o controle da milícia radical, como ocorria em relação aos talibãs no Afeganistão.


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