O governador do Maranhão, Flávio Dino (PC do B), se uniu a lideranças do PDT, como o ex-ministro Ciro Gomes, para lançar neste domingo (6) em São Luís (MA) o movimento "Golpe Nunca Mais", contra o impeachment da presidente Dilma Rousseff.
O grupo lançou uma página no Facebook e diz se inspirar na Rede da Legalidade, movimento comandado por Leonel Brizola (1922-2004) que garantiu a posse de João Goulart na Presidência em 1961, depois da renúncia de Jânio Quadros, com a ajuda de uma cadeia de rádios.
Segundo Dino, agora o novo movimento tem como base a internet –o grupo publicou um vídeo sobre o lançamento, que contou ainda com a participação do presidente nacional do PDT, Carlos Lupi, que foi ministro do Trabalho no início do primeiro mandato de Dilma.
Dino disse à Folha que a ordem democrática está ameaçada pelo "golpismo" e que não há base constitucional para o afastamento da petista. Ele afirma que vai conversar com a bancada de seu Estado na Câmara e com outros governadores para reforçar o movimento contra o afastamento de Dilma.
"Como militantes políticos, estaremos mobilizados na internet por meio dessa página, 'Golpe Nunca Mais', e também prontos a nos incorporar a mobilizações sociais contra essa tentativa de fraudar a vontade popular", disse Dino.
O lançamento do movimento se dá num momento em que a oposição se articula pelo impeachment de Dilma e o governo vê a ameaça de o PMDB ter uma debandada de ministros.
Na sexta (4), um dos principais aliados do vice Michel Temer, o ministro Eliseu Padilha (Aviação Civil) deixou o governo. A ala pró-impeachment do PMDB, ligada ao vice-presidente, trabalha para convencer outros ministros.
No sábado (5), Dilma disse que mantém a confiança no vice. "Espero integral confiança do Michel Temer e tenho certeza que ele a dará. Conheço o Temer como político, como pessoa e como grande constitucionalista", afirmou a petista."
CAPITÃO DO GOLPE"
Em entrevista junto ao governador, Ciro Gomes fez duras críticas ao vice-presidente Michel Temer, a quem chamou de "sócio íntimo" do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ).
Em entrevista junto ao governador, Ciro Gomes fez duras críticas ao vice-presidente Michel Temer, a quem chamou de "sócio íntimo" do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ).
"Não por acaso o beneficiário dessa ruptura da democracia e dessa imensa e potencial crise para [durar] 20 anos é ninguém menos do que o senhor Michel Temer, o capitão do golpe."
Nesse momento, Dino puxou uma salva de aplausos à fala de Ciro. O governador afirmou que o documento "Ponte para o Futuro", com propostas lançadas em novembro pelo PMDB, contraria os interesses do país.
Ciro, que se filiou ao PDT em setembro após deixar o Pros, criticou a gestão Dilma e disse que a população tem razão para ficar "zangada" com a situação da economia. Mas considera que a saída da presidente poderia deixar o Brasil em uma crise parecida com a vivida pela Venezuela.
Lupi por sua vez afirmou que o PDT pretende lançar Ciro Gomes à Presidência em 2018 e que não age por "conveniência". Ele prometeu percorrer o país para mobilizar lideranças contra o impeachment.
Segundo Dino, o grupo pretende promover um encontro com juristas para discutir a falta de base legal para o afastamento da presidente.
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