sexta-feira, 7 de dezembro de 2018

Carlos Bolsonaro homenageou na Câmara o ex-motorista que pagou R$ 24 mil à Michelle

 Assessor lotado no gabinete de Flávio Bolsonaro até outubro passado, Fabrício José Carlos de Queiroz recebeu uma homenagem da Câmara Municipal do Rio de Janeiro a pedido do vereador Carlos Bolsonaro. 
 
Fabrício foi delatado por seu banco ao Coaf por transações financeiras suspeitas. Entre janeiro de 2016 e janeiro de 2017, ele movimentou R$ 1,2 milhão em uma conta. De acordo com o Coaf, ele não tinha renda nem patrimônio compatíveis com a movimentação.
 
Além disso, Fabrício sacou, no mesmo período, cerca de R$ 320 mil em agências bancárias. No caixa que fica dentro da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro, retirou R$ 159 mil.
 
O relatório do Coaf apontou que entre os beneficiários de Fabrício está a primeira-dama Michelle Bolsonaro, que recebeu um cheque de R$ 24 mil.
 
Procuradoros pelo Estadão, que revelou a movimentação suspeita, Flávio Bolsonaro, Jair Bolsonaro e a esposa Michelle não deram justificativas para o cheque.
 
Flávio limitou-se a admitir que tem relação de amizade e confiança com Fabrício há cerca de uma década.
 
A honraria na Câmara mostra que a relação se estende a outros membros da família Bolsonaro.
 
Em sessão do dia 4 de outubro de 2006, Carlos Bolsonaro fez a Câmara aprovar a entrega da Medalha de Mérito Pedro Ernesto a Fabrício, que é 2º sargento da Polícia Militar. A mesa diretora da Câmara comunicou o feito em 19 de outubro de 2006.

quinta-feira, 6 de dezembro de 2018

Para Mourão, Onyx vai ter que se retirar do governo caso sejam comprovadas 'ilicitudes'

Belo Horizonte - O vice-presidente eleito, general Hamilton Mourão, afirmou hoje, 5, em Belo Horizonte, que, se encontradas irregularidades na investigação aberta contra o futuro ministro da Casa Civil de Jair Bolsonaro, Onyx Lorenzoni, o auxiliar do presidente, terá que deixar o governo. Na terça-feira, o ministro do Supremo Tribunal Federal Edson Fachin atendeu a pedido feito pela Procuradoria-Geral da República e determinou a abertura de investigação para analisar as acusações de caixa 2 feitas por delatores da J&F ao futuro ministro. 
general da reserva Hamilton Mourão
"Uma vez que seja comprovado que houve ilicitude, é óbvio que terá que se retirar do governo. Mas, por enquanto, é uma investigação".
Mourão afirmou ainda que ao menos parte da articulação política do governo poderá ficar sob o comando de militares.O vice de Bolsonaro que ele mesmo poderá participar, assim como o futuro secretário de Governo, general Carlos Alberto dos Santos Cruz. A questão é também uma divergência com Lorenzoni, que chegou a afirmar, nesta semana, que a função caberá à Casa Civil. O futuro ministro disse, inclusive, que Bolsonaro já havia "batido o martelo" em relação ao assunto.
Hoje, na capital mineira, onde esteve para participar de encontro com empresários, Mourão disse, porém, que a responsabilidade pelas articulações depende do que for determinado pelo presidente. "A questão da coordenação política, da ligação com o Congresso, o presidente vai definir se vai ficar com o ministro Onyx, ou se terá parcela dela nas mãos do general Santos Cruz (futuro ministro-chefe da Secretaria de Governo), e, talvez, se o presidente determinar pra mim, que determinadas ligações sejam feitas, eu o farei. Então, por enquanto, não há nenhum aceno neste sentido", disse.
Além disso, o general afirmou também que existe disposição das Forças Armadas de contribuir para a reforma da Previdência. "O que já foi colocado, e que é a contribuição que as forças consideram que devem dar a esse processo de reorganização do sistema previdenciário, é o aumento do tempo de permanência, que hoje é de 30 anos, que passe a ser de 35 anos, e que, também, as nossas pensionistas também contribuam  para a pensão militar. Hoje, depois que o militar falece e a pensionista passa a receber, ela deixa de ter aquela contribuição". 
Ainda sobre suas atribuições como vice, Mourão brincou sobre o destino que será dado à Fundação Nacional do Índio (Funai), hoje vinculada ao Ministério da Justiça. Bolsonaro chegou a afirmar que a fundação poderia ir para a pasta da Cidadania. "A Funai tá aquela história ali, né? No final das contas eu até proponho: deixa comigo, eu cuido dos índios", disse.

Caixa dois

De acordo com o depoimento de delatores da J&F, Onyx teria sido favorecido com o pagamento de R$ 100 mil em 2012 e R$ 200 mil em 2014. Na manifestação enviada pela PGR ao Supremo na semana passadaRaquel Dodge pediu a separação dos trechos das delações da J&F sobre caixa 2 específicos sobre dez autoridades que eram deputados e senadores à época dos fatos narrados e que seguirão com prerrogativa de foro em 2019. Eles serão alvo de procedimentos semelhantes, que podem resultar na abertura de inquérito ou em formulação de denúncia.
Além de Onyx, estão na lista cinco deputados federais: Paulo Teixeira (PT-SP)Alceu Moreira (MDB-RS)Jeronimo Goergen (PP-RS)Zé Silva (SD-MG) e Marcelo Castro (MDB-PI), e quatro senadores: Ciro Nogueira (PP-PI)Renan Calheiros (MDB-AL)Welington Fagundes (PR-MT) e Eduardo Braga (MDB-AM). A delação da J&F aponta caixa 2 no ano de 2014 em relação a todos eles, menos Paulo Teixeira, a quem a referência é de que a prática teria ocorrido em 2010.
O futuro ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, chamou de “bênção” a abertura de uma investigação, autorizada pelo ministro Edson Fachin, relator da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), para apurar denúncias de pagamentos de caixa dois da JBS a ele, nas campanhas de 2012 e 2014.
“Para mim é uma bênção porque vai permitir que tudo se esclareça”, disse Onyx nesta terça-feira, 4, após deixar uma reunião com a bancada do PSDB na Câmara. “Não tenho nenhum problema com isso. Ao contrário, é a chance de resolver.” Mais tarde, após se encontrar com deputados do PSD e também pedir apoio ao governo de Jair Bolsonaro , Onyx disse ter “preocupação zero” com as apurações. “Já resolvi minha questão espiritual. Entre carregar mancha e ter uma cicatriz, fico com a cicatriz. Sempre fui um combatente contra a corrupção e vou continuar sendo”, emendou ele.

Bolsonaro diz que não é 'adequado no momento' oferecer ministério para Magno Malta

O presidente eleito Jair Bolsonaro afirmou nesta quarta-feira (5) que, neste momento, não considera "adequado" oferecer um ministério para o senador Magno Malta (PR-ES), um dos principais defensores de candidatura à Presidência da República. Segundo ele, o "perfil" do parlamentar do PR "não se enquadrou" no desenho do futuro ministério.
Magno Malta (dir) conversa com o senador Jorge Viana no plenário do Senado na sessão desta quarta (5) — Foto: Marcos Oliveira/Agência SenadoHavia a expectativa de que o parlamentar do Espírito Santo, que foi cabo eleitoral de Bolsonaro na campanha presidencial e não conseguiu se reeleger para o Senado em outubro, fosse indicado para o comando de alguma pasta na Esplanada dos Ministérios.
Questionado nesta quarta-feira sobre a possibilidade de que Magno Malta vir a ser indicado para o comando de uma das últimas duas vagas em aberto no primeiro escalão, Bolsonaro disse aos jornalistas que se sente "devedor" e "grato" ao senador e que "as portas estão abertas" para ele no futuro governo. Mas, na avaliação do presidente eleito, Malta pode "servir à pátria" em outra função.
"A questão de um possível ministério [para Magno Malta], não achamos adequado no momento. Agora, ele pode estar ao meu lado, sim. Nunca foram fechadas as portas para ele. E ele pode servir à pátria estando ao meu lado, em outra função. Apenas isso" (Jair Bolsonaro).
"Todos os meus amigos, que me ajudaram desde a campanha, se eu fosse ofertar-lhe um ministério... Ficaria complicado da minha parte. Tenho uma dívida de gratidão com ele [Magno Malta], me ajudou muito durante a campanha, mas não houve durante a campanha um comprometimento nesse sentido", complementou o presidente eleito.
Bolsonaro destacou ainda que, no período da articulação de alianças, ele ofereceu a Magno Malta a vaga de vice na chapa presidencial, mas o senador do PR preferiu tentar a reeleição.
"Eu ofereci como vice-presidente, ele achou melhor disputar o Senado e, acabando o Senado, ele não foi reeleito. Tínhamos um desenho do ministério na cabeça. Infelizmente não coube o perfil dele, não se enquadrou nessa questão. Apenas isso", disse.

'Não sou homem de frustração'

No início da noite, Magno Malta foi questionado no Senado sobre as declarações de Bolsonaro de que o perfil dele não se enquadrava no do futuro governo.
Ao responder, o senador disse que o repórter deveria formular a pergunta ao próprio presidente eleito.
"Aí você tem que perguntar para ele. Ele é o presidente. Como eu montei meu gabinete, ele tem que montar o dele. Se você não está entendendo, você que tem que perguntar." (Magno Malta)
Indagado por jornalistas sobre se se arrependia de ter apoiado Jair Bolsonaro na campanha presidencial e, no final das contas, não ter sido convidado para integrar a nova gestão, o senador do PR disse que continua lutando e defendendo o amigo.
"Não me arrependo de nada, faria tudo de novo", declarou o parlamentar capixaba.
"Não sou um homem de frustração. Sou um homem de luta e luta pelo que acredito. As pessoas acham bonito quando se fala de Nietzsche e de Marighella. Quando você fala de Bíblia, elas se espinham. Eu sou um homem que depende de Deus, acredito nas coisas de Deus. Deus levantou Bolsonaro e pronto".

Bolsonaro impõe novo silêncio ao general Mourão e limita espaço do vice no governo

O vice-presidente eleito e general da reserva Hamilton Mourão Foto: Leo Martins / Agência O GloboBRASÍLIA - O presidente eleito Jair Bolsonaro impôs recentemente mais uma espécie de "lei do silêncio" ao seu vice, general Hamilton Mourão , em um novo capítulo da disputa interna do futuro governo. A recomendação, repassada ao general por meio de alguns dos mais próximos aliados de Bolsonaro, é que o militar adote uma postura mais discreta e deixe que o presidente eleito concentre os holofotes, sendo o único porta-voz do futuro governo.
Além da trava verbal, o general, que por diversas vezes afirmou que não gostaria de ser um vice figurativo, não deverá ter espaço para atuar no governo, segundo interlocutores do grupo de transição. Pelo desenho atual da estrutura, a Vice-Presidência não terá nenhuma secretaria subordinada ou atribuição predefinida. Após a vitória em segundo turno, chegou-se a especular que Mourão teria um papel de “gerente” do governo, coordenando os ministérios. Porém, a recomendação é que o vice só responda às demandas específicas de Bolsonaro, quando for solicitado.
Ao contrário de outras vezes em que foi desautorizado por Bolsonaro após declarações controversas, o impasse agora surgiu justamente pelo desempenho de Mourão nas entrevistas para a imprensa. A avaliação é que Mourão, ao construir interlocução com jornalistas, trabalha para sobressair ao presidente eleito.
O vereador Carlos Bolsonaro, filho do presidente eleito, é o que mais tem reagido mal ao vice e insistido para que o pai freasse o general. Na semana passada, a intriga ganhou as redes sociais quando o Carlos, no Twitter, escreveu, sem citar nomes, que morte de Bolsonaro “não interessa somente aos inimigos declarados, mas também aos que estão muito perto. Principalmente após sua posse.”
Questionado se a mensagem havia sido uma indireta, Mourão se irritou e disse que caberia à Carlos esclarecer a sua mensagem.
- Se eu quisesse ser presidente, teria concorrido a presidente - respondeu Mourão ao GLOBO.
Nesta semana, o general está recolhido e providenciando a sua mudança do Rio para Brasília, onde vai se instalar no Palácio do Jaburu, a partir de Janeiro.
Os atritos no entorno de Bolsonaro e general Mourão surgiram ainda durante a campanha. Como Bolsonaro hospitalizado após levar uma facada em um ato em Juiz de Fora, no início de setembro, Mourão chegou a afirmar que poderia assumir os compromissos eleitorais, incluindo debates, mas foi desautorizado pelo então presidente do PSL, Gustavo Bebianno, que afirmou que Bolsonaro “é insubstituível.”
Mourão limitou-se a participar de eventos fechados, mas sua declarações - como a que lares apenas com mães e avós são “fábrica de desajustados” - seguiram repercutindo mal e incomodando o núcleo duro da campanha. O vice foi advertido três vezes para que fosse mais comedido em seus discursos. Na quarta vez, Bolsonaro decidiu por ele mesmo expor a rusga com o companheiro de chapa e foi ao Twitter desautorizá-lo, após o general dizer que o 13º salário e o abono de férias, dizendo que são “jabuticabas brasileiras.”

quarta-feira, 5 de dezembro de 2018

A mágoa de Magno Malta: ‘Eu achava que ia ser ministro e eu não fui’.

Magno Malta não falava com ninguém desde a semana passada, quando se convenceu de que não vai mesmo fazer parte do governo de Jair Bolsonaro.
Até então, ele era o braço direito do presidente eleito. Participou da campanha mais ativamente que qualquer outro aliado. Articulou o tão desejado apoio do pastor Silas Malafaia e da bancada evangélica, movimento definitivo para derrotar Fernando Haddad. Conduziu uma oração em rede nacional logo após Bolsonaro vencer a eleição. Era chamado por ele de “vice dos sonhos”.
Tudo levava a crer que Malta teria um lugar de destaque na equipe que comandará o país. De uma hora para outra, porém, as coisas mudaram. E ele sofreu as duas maiores derrotas de seus 30 anos de vida pública.
Primeiro, o capixaba não conseguiu se reeleger como senador. Ele diz que abdicou de fazer campanha para si mesmo para se dedicar à de Bolsonaro. Mal pisou no Espírito Santo nos dias que antecederam o pleito.
‘Você vê muita gente que falava mal dele, não pedia voto, e agora tá aí, se aproximando.’
Segundo, foi escanteado pelo aliado. Antes, o pastor dizia: “vou ser ministro, sim“. As pastas foram acabando e ele sobrou. O general Mourão, vice de Bolsonaro, chegou a se referir a Malta como “o elefante no meio da sala“, pois ninguém sabia o que fazer com ele.
Alvo de escândalos, como supostamente ter mandado torturar um homem inocente para se promover (o ex-cobrador Luiz Alves de Lima relatou o caso ao Intercept) ou ter gasto quase meio milhão de reais de dinheiro públicoem dois postos de gasolina no Espírito Santo, além de crítico de integrantes da equipe, como do próprio Mourão, o senador acabou sendo visto como um homem tóxico.
Chegou ao ponto de Bolsonaro cogitar chamar Damares Alves, assessora parlamentar de Malta, para o Ministério dos Direitos Humanos – justamente a pasta com que sonhava. A punhalada foi forte.
Visivelmente abatido, Magno se isolou em seu sítio em Viana, região metropolitana de Vitória, desde a última quinta-feira. Estava na companhia da família e de poucos assessores. O celular, fora de área. “Ele precisava de um tempo”, comentou o pastor Valmir Lima, irmão de criação do senador. Frases parecidas foram repetidas a mim por amigos, funcionários e conhecidos.
Durante três dias, percorri Cachoeiro do Itapemirim, Vitória e Vila Velha atrás de Malta. Só consegui encontrá-lo no voo de volta a Brasília. Sentei ao seu lado. Ele vestia uma camiseta de sua campanha contra a pedofilia (tema de CPI que comandaou no Senado), sapatênis branco e uma grossa corrente de ouro. Reparei que ninguém o cumprimentou.
Falando baixo e com postura encurvada, sua figura em nada lembrava a imponência de situações que ele domina com maestria: cultos, shows, tribunas e campanhas. No avião, pediu um café com três saquinhos de adoçante. Sua voz saiu tão fraca que o comissário não escutou.
Na conversa, de cerca de duas horas, ele disse várias vezes que ainda torce por Bolsonaro e o considera “um amigo”. Mas também não escondeu a amargura: “Você vê muita gente que falava mal dele, não pedia voto, e agora tá aí, se aproximando”. Ao ser questionado se sua atual situação se deve a Mourão, desconversa, e diz que é preciso tempo. Mourão seria um ingrato? “Ingrato eu não diria.” Se arrepende de ter deixado de lado a própria campanha para se ver hoje fora do governo? “Não lutei para ter um cargo no governo”, mas “pelo Brasil”.
Seus atos, no entanto, são menos generosos que as palavras. A desilusão foi tão grande que ele decidiu não disputar mais eleições. Quer se dedicar ao projeto de recuperação de viciados em drogas que mantém em Cachoeiro e ver os netos crescerem. “O meu papel foi feito. Tudo passa nessa vida”, comentou, entre uma turbulência e outra.
04-12-18-magno-malta-2-1543947341
Intercept – No ano que vem, o que você vai fazer? Se dedicar ao seu projeto [de recuperação de viciados em drogas, mantido por Malta em Cachoeiro do Itapemerim] ?
Magno Malta – Sim, e também vou seguir minha agenda de músico [ele tem 27 discos de música gospel]. Já cumpri o meu legado para a sociedade brasileira.
Você tá saindo da vida pública?
Ah, eu tô. Foram 30 anos. Eu tenho um netinho de dois anos que fala mais do que a boca, eu quero ver crescer. Tem uma outra que está vindo, eu quero ver nascer e crescer também. Foram seis mandatos, né.
30 anos…
Servir a Deus e respeitar o meu país. Eu ajudei a libertar o meu país desse viés ideológico. Criamos um projeto de nação. Passei os últimos seis anos e meio com Bolsonaro. Realizei meu sonho de libertar o Brasil desse viés ideológico. Quando Bolsonaro foi eleito, nós fomos orar, pedindo força para esse mandato. Pedi que Deus guarde ele dos homens maus, que ele não tem compromisso nenhum com crime. Eu viajei todo esse país, conversei com pessoas, multidões. Mal voltei pra casa. Rodei todo o nordeste. O meu papel foi feito. Tudo passa na vida.
Você não vai concorrer mais então?
Não quero mais disputar eleição.
Mas e se vier algum cargo no governo?
Ele não tem obrigação nenhuma comigo. As pessoas não sabem da nossa amizade.
Você não ficou magoado?
Não. O viés ideológico foi quebrado, nós ajudamos o país a se livrar dos tentáculos. O Brasil voltou a amar o Brasil, as pessoas voltaram a se emocionar com o hino nacional.
Mas se ele oferecer algum cargo…
Ah… A posição dele não é fácil. Tem a cirurgia que ainda vai fazer.
Não acha possível ter algum convite ainda?
Não (enfático). Sem chance.
Ele deve indicar a sua assessora parlamentar, Damares [Alves, cotada para o Ministério dos Direitos Humanos]…
Damares é minha assessora há muitos anos.
Se ele chamar ela, vai ser um agrado pra você?
Não. Se ele chamar ela, vai ser um reconhecimento do trabalho dela.
Vocês são amigos ainda?
Sim. A autoridade é dele, ele é o presidente desse país. A amizade não vai acabar porque durante dois meses da eleição eu achava que ia ser ministro e eu não fui ministro.
04-12-18-magno-malta-3-1543948934
Faz seis anos que vocês são amigos?
Eu fui deputado federal junto com ele, depois o tempo como senador. A gente se aproximou na época do “kit gay”. De lá pra cá a gente se deu muito bem.
Se você recebesse um ministério como o dos Direitos Humanos, poderia talvez dar continuidade ao trabalho das CPIs que presidiu. Você não acha que ele pode te chamar para algo relacionado a isso?
Não, acho que não. Mas tudo bem. Depois do dia 17, vou viajar para Israel, adoro Israel. Vou passar o Natal em Belém.
Qual a sua formação religiosa? – Magno Malta me perguntou.
Eu era espírita, agora não frequento mais…
Esse país é cristão, evangélicos, católicos, espíritas. A gente fez um trabalho muito forte. Perguntava pra pessoa: você é contra o aborto? É a favor que um rapaz de 17 anos que cometeu um crime seja preso? Então você é Bolsonaro e só não sabia.
Esse tipo de pensamento sempre foi forte, nessas eleições parece que cresceu.
Foi um trabalho de libertação, porque milhões de pessoas eram presas pelo Bolsa Família. Agora vai se mostrar que o Bolsa Família vai continuar, e a pessoa no Sesc, no Senac, fazer um curso profissionalizante e depois deixar o programa. E, se tem filhos, e tá matriculado na escola, vai ganhar 13º e até 14º salário. Eles tinham medo de não votar no PT. Sempre a história do medo, medo, medo.
Isso foi uma reação à fala do Mourão, criticou o 13º
É …
Como é sua relação Mourão?
[Relutante, Malta demora a responder] Pode procurar um vídeo em que eu defendo o Mourão, de um ano e meio atrás, mais ou menos. Põe lá: “Magno Malta defende Mourão”. Ele falou um negócio lá, e o PT pediu pra ele se explicar. Eu defendi ele.
Ele foi meio ingrato?
Eu não uso essa palavra pra ninguém. Não quero brigar.
BRASÍLIA, DF, 29.11.2018: HAMILTON-MOURÃO - O general da reserva Hamilton Mourão, vice-presidente eleito, deixa o CCBB, sede do governo de transição. (Foto: Pedro Ladeira/Folhapress)
BRASÍLIA, DF, 29.11.2018: HAMILTON-MOURÃO - O general da reserva Hamilton Mourão, vice-presidente eleito, deixa o CCBB, sede do governo de transição. (Foto: Pedro Ladeira/Folhapress)
Talvez uma frase infeliz?
É… as pessoas percebem. Vocês na área de vocês, percebem.
Ele chegou a falar que você era um “elefante na sala”…
É…
Você acha que ele é ingrato?
Ingrato eu não diria.
E sua relação com Onyx?
Era boa. Ele era deputado federal e eu senador. Tinha amizade com ele, estávamos na mesma luta.
O que você acha sobre algumas pessoas investigadas estarem na equipe de Bolsonaro, como Onyx, Mandetta?
A gente sempre falou que seria um governo sem essas coisas de Lava Jato, delação, citação.
[Faz uma pausa, pega o café e muda de assunto]
Nesses seis anos e meio, eu sempre soube que ele seria o candidato…
Por quê?
A gente ia dividir [ter duas candidaturas à Presidência]? Não ia dar certo. A gente entendeu que era importante eu estar no Senado, ser uma voz importante para ele lá dentro, com a experiência que eu tenho. Em 2014, ele começou a falar que seria candidato e foi o que Deus quis.
Por que não foi você o candidato?
Porque o Bolsonaro fala o que as pessoas querem ouvir. É incisivo. Ele fala sem pensar, não fala o politicamente correto. “Vamos botar esse povo na cadeia, porra”. Eu também sou assim, não sou politicamente correto. Foi Deus que escolheu, e eu entendi. Se eu fosse assaltado por uma vaidade e concorresse, todo mundo ia perder.
Mas e se fosse você, e não ele?
Eu sempre entendia que era ele.
Isso em oração?
Sim.
Malta orgulha-se te ter apresentado Bolsonaro ao pastor Silas Malafaia.
Malta orgulha-se te ter apresentado Bolsonaro ao pastor Silas Malafaia.

Bolsonaro é católico, mas ligado ao mundo evangélico…
Eu o apresentei [fala, batendo no peito] ao Silas Malafaia, eu que falei com Silas, com outros pastores. Eu convenci eles. Foi um trabalho muito grande.
Foi depois do apoio dos evangélicos que ele cresceu mais, estourou nas pesquisas.
O povo passou a entender que tinha que ser contra o PT, contra a corrupção. As pessoas foram entendendo. Eu percorri esse país de ponta a ponta. Isso aí foi o povo que decidiu. Eu falei com muita gente, eu participei das chegadas em aeroporto, com aquele monte de gente…
Era emocionante?
Sim, sim. Um privilégio, ele é um cara competente, honesto, pedi pra Deus proteger ele. Porque nessas horas aparecem oportunistas, aproveitadores, gente de má fé. Tem que ter coragem para tomar boas decisões.
Você vai continuar apoiando?
Mas é claro, esse é o nosso país e ele é o nosso presidente. Se o Bolsonaro não me convidar pra nada, eu continuo guerreiro pela causa dele.
Se ele te chamar pra conselheiro? Ele parece que te escuta.
Ele tem que ter liberdade. Eu vou continuar.
Você conhece o Congresso como poucos. Como acha que vai ser a relação?
Muita gente vai querer se aproximar, como moscas perto do mel. A maioria é mosca de varejo. Ele vai ter que fazer acordo lá. Tem a história do rei Salomão… Na oração, quando teve a eleição, ele tinha me chamado pra orar na live que ele fez na internet. Eu lembrei do rei Salomão, que pediu sabedoria. Veja o vídeo. Ele falou sobre a união dos cristãos, católicos, evangélicos, espíritas, e falou de pedir sabedoria. Pra Deus nos dar sa-be-do-ria.
Malta fez uma oração com Bolsonaro logo após a divulgação do resultado do segundo turno da eleição.
Você tinha falado sobre isso com ele?
Na última vez que eu vi o Bolsonaro, faz uns 15 dias, eu só lembrei ele desse fato. Peguei nas mãos dele, orei por ele. Falamos poucas coisas. Falei que o país precisava de um presidente que tem Deus no coração. Lembrei a ele sobre a história do rei Salomão. Sabedoria. Orei e depois não falei mais nada. Fui embora.
Ele falou alguma coisa?
Não.
Isso pareceu uma despedida.
Não… Orei e achei que não tinha que falar mais nada. Fui sincero.
Você acha que foi por causa do Mourão?
As coisas de Deus a gente nem sempre entende. Quem sabe daqui a seis meses a gente entende, quem sabe daqui a um ano… Um dia veio uma mulher, pegou na minha mão e falou: “você não vai ser nada no governo”. Eu não lutei para ter um cargo no governo, lutei pelo Brasil.
Você tem um legado, você não fica pensativo sobre se poderia fazer mais?
Posso fazer mais, não precisa estar no governo, chegar em mais lugares, criar mais consciência. Acho que o Brasil vai ter uma nova geração de Moros, no Judiciário. De Dallagnols.
04-12-18-magno-malta-4-1543948932
Por que você escolheu esses temas das drogas e da pedofilia para serem suas bandeiras?
Foi um chamado, um sacerdócio. Eu construí todo um legado. Para evitar o sofrimento de crianças no país.
Tem um rapaz que diz que foi torturado
Isso aí é bobagem. Aquilo foi criado. O delegado prendeu. Ele não tá nem no relatório da CPI. Quem prende é o delegado, eu não prendi…
Mas ele fala…
Eu não fiz nada. Tanto que ele não tá nem no relatório. Cadê os laudos? Quem pediu laudo foi delegado. Ele nunca foi chamado em CPI, nunca foi convidado. Isso não vai dar em nada.
Por que você acha que ele fez isso então?
Um cara que defende criança, defende a vida como eu? Eu tava na cela? Eu sou delegado? Eu sou agente penitenciário? Não tem o menor fundamento. Se ele tivesse sido convocado para CPI… eu fui lá, eu fiz tortura psicológica? Não tem nada.
Então você não ficou mesmo chateado com Bolsonaro?
Não. As pessoas acham, o Brasil inteiro, mas não.
Mas e com a situação [de ficar de fora do governo]?
[ele não responde, apenas mexe os ombros.]
Você tem falado ou visto Bolsonaro?
Não.
É difícil de entender…
Eu e ele? Por que ele não me chamou?
Isso, e as escolhas que ele fez para o primeiro escalão. Isso te incomoda?
Você vê muita gente que falava mal dele, não pedia voto, e agora tá aí, se aproximando…
Quem?
Não quero citar nomes.

FILHAS TESTEMUNHAS DE JEOVÁ REJEITAM MÃE COM CANCER QUE RECEBEU TRANSFUSÃO DE SANGUE PARA NÃO MORRER

Em 2016, a italiana Grazia Di Nicola (foto) concordou em receber uma transfusão de sangue para não morrer de câncer e desde então é rejeitada pelos seguidores de sua religião, as Testemunhas de Jeová.

Depois que a dona de casa de 48 anos foi expulsa da seita pelos anciões (sacerdotes), até suas três filhas lhe viraram o rosto. Ela teve apoio apenas do filho.


As filhas se mudaram para casa de um ancião. Uma delas tem 29 anos, outra 22 e a terceira, 18.

As Testemunhas de Jeová não aceitam a transfusão de sangue, mesmo em caso grave, e amaldiçoam quem passa por esse procedimento da medicina de mais de 200 anos.


Antes de ser dissociada, Grazia foi humilhada pela seita. Teve de se sentar na última fila do salão [templo] e ninguém falava ou olhava para ela.

Ela teve um desmaio durante uma reunião (culto) e ninguém a socorreu.

Grazia mora em Colliano, cidade de quatro mil habitantes da província de Salerno

terça-feira, 4 de dezembro de 2018

Casal se conhece através do Facebook e batiza o filho de Facebookson

Uma das decisões mais importante de um casal quando tem um filho certamente é escolher o nome com o qual o bebê será registrado. Mães e pais costumam passar horas, dias, semanas e meses com o intuito de escolher um nome. Afinal, o nome escolhido teoricamente ficaria no bebê para sempre.
De acordo com o site “Inspiringlife” um caso inusitado teria acontecido aqui no Brasil. Uma publicação do site afirma que um casal que se conheceu em São Paulo identificados como Janete dos Santos e Anderson Cerqueira se conheceram através da famosa rede social, o Facebook. Desde que se conheceram rolou uma química muito forte entre os dois.
Eles se encontraram pessoalmente, e deram início a um relacionamento. Apaixonados, eles continuaram juntos. Foi então que Janete se engravidou do Anderson. A notícia da gravidez foi algo muito bacana para eles.
A publicação ainda afirma que eles decidiram batizar a criança. O nome escolhido tem dado o que falar nas redes sociais. Acontece, que para celebrar o amor, eles decidiram homenagear a rede social que possibilitou que os dois se conhecessem. Foi então que eles decidiram batizar o filho com o nome de Facebookson.
O artigo publicado por Inspiringlife ainda afirma que para conseguir registrar o bebê com esse nome eles precisaram passar por três cartórios, pois os dois primeiros se recusaram a registrar a criança por esse nome.
Eu queria chamar de Facebook, mas eles disseram que não pode dar nome estrangeiro, então, eu coloquei Facebookson, porque eu sou Anderson”, explicou o rapaz.
Ainda na mesma publicação o site mostra uma foto do casal em que eles estariam segurando um jornal no qual abordava sobre eles. A publicação ainda afirma que o casal concedeu uma entrevista para o jornal americano Daily Bulletin. Ao que tudo indica a história dos dois brasileiros foi parar no país americano.
O caso está ganhando grande visibilidade na web e tem gerado muitos comentários. Na verdade, a escolha do nome tem dividido opiniões entre os internautas. De qualquer forma a torcida é para que o filho do casal agrade do próprio nome. É isso que muitas pessoas esperam.