No dia 12 de fevereiro, o youtuber publicou no perfil que mantém em diversas redes sociais um vídeo em que afirmou que o PGR havia se reunido com o senador Romero Jucá em um restaurante em Brasília, com o propósito de fechar um acordo para evitar que o presidente da República Michel Temer e senadores fossem investigados e processados.
O episódio foi investigado no âmbito de um Procedimento Investigatório Criminal (PIC) instaurado na Procuradoria da República no Distrito Federal (PR/DF), após representação do próprio Rodrigo Janot.
Na ação, o procurador da República Raphael Perissé Rodrigues Barbosa afirma que, durante as investigações prévias, ficou comprovado que o encontro mencionado pelo blogueiro “jamais ocorreu”, assim como a participação do procurador-geral em quaisquer tratativas que tivessem o objetivo de dificultar investigações envolvendo altas autoridades.
Ciente da falsidade
Além disso, frisa o MPF, Rodrigo Pilha sabia da inexistência dos fatos citados no vídeo. “Ao imputar falsamente — e ciente da falsidade —, a perpetração de crime de prevaricação pelo procurador-geral da República atingiu a incolumidade moral do ofendido, agredindo-lhe a honra objetiva“, resume um dos trechos da ação penal, ao justificar o pedido de condenação por calúnia.
Em relação à injúria, o procurador lembra que a prática está caracterizada pelo fato de o blogueiro ter ofendido a dignidade de Rodrigo Janot, ao chamá-lo de rato. Na ação, é reproduzida parte do vídeo em que o denunciado diz não ter conseguido chegar ao restaurante a tempo de fazer o registro do encontro. “Infelizmente, ratos, muitas vezes, conseguem escapar, de uma maneira rápida e ligeira.”
No documento enviado à Justiça, o MPF solicita que, além das penas previstas para os dois crimes — de seis meses a dois anos de reclusão (calúnia) e de um a seis meses de reclusão ou multa (injúria) — seja aplicado o acréscimo de um terço na condenação. Essa majoração deve-se ao fato de se tratar de crimes cometidos contra um funcionário público em razão do cargo e também pela utilização de meio que facilita a divulgação da mensagem.
A denúncia pede, ainda, que o blogueiro seja condenado a pagar indenização como forma de reparar os danos decorrentes das infrações. A ação penal será analisada em uma das varas criminais da Justiça Federal, em Brasília. Com informações da Assessoria de Imprensa do MP-DF.
Veja abaixo o vídeo que originou os processos:
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