quinta-feira, 10 de março de 2016

Desertor do Estado Islâmico entrega lista com 22 mil nomes de terroristas

Um desertor do grupo terrorista Estado Islâmico teria entregado um dossiê com 22 mil nomes e dados pessoais de militantes originários de 51 países para ser divulgado pela rede SKY News. Os documentos seriam formulários preenchidos por aspirantes a membros da organização terrorista. 

De acordo com a emissora, os arquivos estão gravados em um pendrive e foram copiados pelo ex-rebelde ao regime do ditador sírio, Bashar al Assad, que teria posteriomente se aliado ao Estado Islâmico, mas que atualmente se diz "desiludido" com a organização. O ex-jihadista usa o nome fictício de Abu Ahmed.

A SKY News disse que vários nomes listados são de pessoas já conhecidas, como Abdel Bary, um rapper de 26 anos originário de Londres e que teria se aliado ao Estado Islâmico em 2013, após viajar pela Líbia, Egito e Turquia.

Há também os dados de jihadistas que foram mortos em operações militares ocidentais, como Junaid Hussain, de 21 anos, um hacker de Birmingham que liderava os serviços de informação e recrutamento do Estado Islâmico na Síria. Ele e sua esposa, Sally Jones, uma ex-punk de Kent que também resolveu se mudar para o Oriente Médio, teriam planejado uma série de ataques terroristas no Reino Unido.

Outro nome é de Reyaad Khan di Cardiff, morto em um ataque em agosto de 2015.

Alguns números de telefones na lista ainda estariam ativos e podem ser usados para comunicação entre os jihadistas.

Mais cedo, as forças especiais dos Estados Unidos anunciaram a captura de um membro do Estado Islâmico responsável pelo gerenciamento de armas químicas que integram o arsenal do grupo terrorista. A prisão ocorreu no Iraque, no mês passado, de acordo com fontes locais.

Apesar de Washington manter segredo sobre o nome do detido, o homem teria sido identificado como Sleiman Daoud al Afari, de cerca de 50 anos. Ele teria trabalhado no governo de Sadam Hussein para um setor das Forças Armadas especializado em construir um arsenal de armas químicas e biológicas.

Atualmente, o especialista está detido e passa por interrogatórios na cidade de Erbil, durante os quais teria confessado que o Estado Islâmico usa gás mostarda (gás sarín) em pó dentro de armas de fogo, relatou o jornal The New York Times, citando fontes do Pentágono.

Em dezembro, o presidente norte-americano, Barack Obama, colocou em prática uma nova estratégia contra o Estado Islâmico, que autoriza operações especiais em territórios controlados pelo grupo, desde que sejam para capturar ou matar comandantes do califado.

A prisão de al-Afari teria sido realizada por um dos comandos especiais, que são a principal força dos EUA no Iraque desde a retirada das tropas, em 2011.


Ameaça

A Itália, país com população majoritariamente católica, voltou a ser alvo de ameças do Estado Islâmico nesta quarta-feira (9) devido à sua possível participação em uma nova articulação militar com a França e o Reino Unido para iniciar ações armadas na Líbia contra o grupo terrorista.

"Há informações de novos prepativos para a criação de uma coalizão para conduzir uma guerra contra o Estado Islâmico [na Líbia] e os seus países principais são França, Grã-Bretanha e Itália", disse Abdel Qader Al-Najdi, apontado como o novo líder do Estado Islâmico na Líbia. Ele também disse "torcer" para que os jihadistas conquistem Roma. 

O vácuo político na Líbia criado com a guerra civil que tirou do poder o ditador Muammar Gaddafi permitiu que vários grupos rebeldes e extremistas ocupassem territórios do país.

Nos últimos meses, o Estado Islâmico tem conquistado mais porções de terras e há relatos de constantes deslocamentos de terroristas à Líbia, já que os Estados Unidos e a Europa conduzem operações militares e tentam apertar o cerco na Síria e no Iraque. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário