Denunciado duas vezes ao Supremo Tribunal Federal (STF) por lavagem de dinheiro e corrupção passiva pelo Ministério Público Federal, o presidente da Câmara, deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), disse, em entrevista à "Folha de S.Paulo" deste sábado (7), que não vê problemas em ter dinheiro no exterior.
"(Tem) gente dizendo que tenho bilhão de dólar, que sou milhardário. Se você trabalha 48 meses e consegue obter um lucro este montante, não é nada de mais. Fazendo a coisa correta, óbvio", disse o peemedebista, que voltou a negar que seja titular das contas.
Na defesa que pretende apresentar ao Conselho de Ética da Casa, onde também enfrenta um processo pela cassação de seu mandato por quebra de decoro parlamentar e que foi antecipada em entrevistas a diversos veículos nesta sexta-feira (6), Cunha voltou a negar que seja titular de contas secretas na Suíça. Ele argumentou que possui apenas um contrato com um trust.
"Tenho um contrato com um trust, e ele é o proprietário nominal dos ativos que existiam. O trust é responsável pela gestão e as condições pré-contratadas. Sou beneficiário usufrutuário em vida e os meus sucessores em morte", afirmou o deputado, acrescentando que não é ele o dono do trust: "Sou apenas o contratante do trust. Eu contratei o trust e passei os ativos, tem recursos, ações e cotas de fundos".
Questionado sobre o fato de o MPF ter acusado o desvio de recursos da Petrobras para a conta, Cunha também negou. "Foi tudo depositado no trust, não na minha conta. O trust não reconheceu a entrada e nada fez com o dinheiro".
As informações contra Cunha foram enviadas ao Brasil pelo Ministério Público da Suíça. O Supremo pediu o bloqueio e o sequestro do dinheiro que está nas contas atribuídas a Eduardo Cunha e que têm como beneficiários seus familiares, a mulher, Claudia Cruz, e a filha Danielle.
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