segunda-feira, 3 de agosto de 2015

Polícia do Rio de Janeiro mata mais de 840 pessoas por ano

Polícia do Rio de Janeiro mata mais de 840 pessoas por anoA polícia do estado brasileiro do Rio de Janeiro utiliza força letal "desnecessária e excessiva", que matou mais de 840 pessoas por ano, em média, entre 2005 e 2014, indica um relatório da Amnistia Internacional.


O perfil de maior vulnerabilidade são os jovens entre 15 e 29 anos e os negros



Os dados constam do relatório "Você matou o meu filho", divulgado esta segunda-feira pela Amnistia Internacional.
Segundo o documento, 8.471 pessoas foram mortas por polícias em serviço entre 2005 e 2014, incluindo 5.132 pessoas na cidade do Rio de janeiro.
A organização realçou que o Brasil tem uma das maiores taxas de homicídio no mundo, não considerando apenas os cometidos por polícias, e que, em 2012, 56 mil pessoas foram mortas no país. O perfil de maior vulnerabilidade são os jovens entre 15 e 29 anos (50% das vítimas) e os negros (77%).
Na cidade do Rio de Janeiro, os casos de mortos por polícias nos últimos cinco anos são quase 16% do número total de homicídios, segundo o relatório. A Amnistia Internacional criticou o registo desses casos como "resistência seguida de morte" o que contribuiria para esconder execuções extrajudiciais realizadas pelos agentes do estado.
Além da camuflagem nas notificações, as mortes causadas por polícias são pouco investigadas e pouco punidas, segundo o relatório. De 220 investigações sobre o tema abertas em 2011 e confirmadas pela Amnistia Internacional, apenas um caso terminou com punição contra um agente, e outras 183 continuam a ser investigadas.
O relatório, divulgado a um ano do início dos Jogos Olímpicos no Rio de Janeiro, também afirma que a cidade tem dois lados: um de glamour que impressiona o mundo e, outro, de marcas da violência policial que afeta parte significante de homens jovens, negros e pobres.

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