A polícia do estado brasileiro do Rio de Janeiro utiliza força letal "desnecessária e excessiva", que matou mais de 840 pessoas por ano, em média, entre 2005 e 2014, indica um relatório da Amnistia Internacional.
O perfil de maior vulnerabilidade são os jovens entre 15 e 29 anos e os negros
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Os dados constam do relatório "Você matou o meu filho", divulgado esta segunda-feira pela Amnistia Internacional.
Segundo o documento, 8.471 pessoas foram mortas por polícias em serviço entre 2005 e 2014, incluindo 5.132 pessoas na cidade do Rio de janeiro.
A organização realçou que o Brasil tem uma das maiores taxas de homicídio no mundo, não considerando apenas os cometidos por polícias, e que, em 2012, 56 mil pessoas foram mortas no país. O perfil de maior vulnerabilidade são os jovens entre 15 e 29 anos (50% das vítimas) e os negros (77%).
Na cidade do Rio de Janeiro, os casos de mortos por polícias nos últimos cinco anos são quase 16% do número total de homicídios, segundo o relatório. A Amnistia Internacional criticou o registo desses casos como "resistência seguida de morte" o que contribuiria para esconder execuções extrajudiciais realizadas pelos agentes do estado.
Além da camuflagem nas notificações, as mortes causadas por polícias são pouco investigadas e pouco punidas, segundo o relatório. De 220 investigações sobre o tema abertas em 2011 e confirmadas pela Amnistia Internacional, apenas um caso terminou com punição contra um agente, e outras 183 continuam a ser investigadas.
O relatório, divulgado a um ano do início dos Jogos Olímpicos no Rio de Janeiro, também afirma que a cidade tem dois lados: um de glamour que impressiona o mundo e, outro, de marcas da violência policial que afeta parte significante de homens jovens, negros e pobres.
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