sexta-feira, 10 de julho de 2015

Canibalismo cósmico! Matéria de estrela rara está sendo devorada por uma companheira, diz estudo

O material expelido está criando um enorme disco em torno das duas estrelas, expondo o núcleo superquente da que está sendo vítima deste “canibalismo cósmico”. Astrônomos preveem que, no futuro, a estrela devoradora possa ter várias explosões e a outra estrela virará uma supernova.
As estrelas foram observadas por astrônomos da Universidade da Califórnia, em Berkeley, nos EUA, usando o Telescópio Espacial Hubble, da Nasa, no Observatório Chandra de Raios-X. A quantidade de material em torno das estrelas não pode ser estudada individualmente com precisão. As observações revelaram que o disco de gás circular em torno das estrelas, pode estimar suas características.
A estrela que está tendo seu material sugado, é conhecida como uma Estrela Wolf-Rayet, que possui rápida evolução, muito mais maciça do que o nosso Sol, que perde suas camadas exteriores de hidrogênio rapidamente. Isso expõe o seu núcleo de hélio superquente e extremamente brilhante.
Uma Estrela Wolf-Rayet pode se formar quando uma estrela maciça ejeta o seu próprio hidrogênio devido a um forte vento estelar, ou quando uma estrela companheira, gravitacionalmente, retira seu material a distância, que é o que está acontecendo com esta estrela, apelidada de ‘Nasty 1’. A sua designação oficial, NaSt1, é derivada das duas primeiras sílabas dos sobrenomes dos astrônomos que a descobriram, em 1963 - Jason Nassau e Charles Stephenson.
Contudo, o processo não é tão eficiente, deixando a maior parte do material em uma nebulosa em forma de disco, que circunda o sistema binário.
Nós estávamos entusiasmados para ver essa estrutura em forma de disco, pois poderia ser a evidência de uma Estrela Wolf-Rayet em formação, a partir de uma interação binária", disse o líder do estudo, Jon Mauerhan, da Universidade da Califórnia, em Berkeley. "Achamos que há uma Estrela Wolf-Rayet enterrada dentro da nebulosa, e acreditamos que a nebulosa está sendo criada por este processo de transferência de massa”.
Como acredita-se que mais de 70% das estrelas maciças sejam parte de sistemas binários, os astrônomos estão ansiosos para estudar e compreender este sistema particular. "Estamos descobrindo que a formação de todas as estrelas Wolf-Rayet que observamos pelo mecanismo de vento tradicional é difícil, porque a perda de massa não é tão forte como pensávamos", disse Nathan Smith, da Universidade do Arizona, em Tucson, coautor do estudo.
Estudos também têm demonstrado que há bolsões quentes de poeira perto das estrelas, sugerindo que o material está sendo ejetado por jorradas. Os ventos de ambas as estrelas também parecem estar colidindo, criando choques de alta energia que brilham em raios-X.
Eventualmente, em milhares de anos, a Estrela Wolf-Rayet ficará sem material, o gás no disco irá se dissipar e as estrelas se tornarão visíveis. O futuro das estrelas não é certo, mas Mauerhan disse que "definitivamente será interessante".
Uma possibilidade é que a estrela companheira que está ganhando massa possa experimentar uma erupção gigante, por reunir tanta matéria nova. Alternativamente, a Estrela Wolf-Rayet pode explodir como uma supernova, ou as duas estrelas poderiam se fundir. "O futuro pode estar repleto de possibilidades exóticas", disse Mauerhan.
A pesquisa foi publicada no jornal Monthly Notices da Royal Astronomical Society.

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