Segundo o diário turco Hurriyet, a rápida disseminação da imagem doprocurador com uma arma apontada à cabeça levou as autoridades do país a actuar – 1166 sites turcos mostraram a imagem.
O procurador, Mehmet Selim Kiraz, foi feito refém no dia 31 de Março por um comando de três elementos da Frente Partidária de Libertação do Povo Revolucionário (DHKP/C, na sigla em turco) que exigia justiça para oadolescente morto pela polícia durante um protesto anti-governo na Praça Taksim, em 2013.
Kiraz liderava a investigação a esta morte e morreu na sequência do sequestro, atingido por várias balas na cabeça e no peito. Os três sequestradores foram mortos pela polícia na operação de tentativa de libertar o procurador.
Foi o próprio DHKP/C que divulgou a imagem do procurador com uma pistola apontada à cabeça e esta espalhou-se rapidamente pelo mundo inteiro, tendo sido também publicada nos sites noticiosos.
Num primeiro momento, escreve o Hurriyet, as autoridades exigiram aos media turcos que não divulgassem a imagem e disseram que se o fizessem seriam acusados de divulgar "mensagens terroristas". Agora bloquearam as redes sociais – um tribunal anunciou a decisão, mas uma lei aprovada em Fevereiro de 2014 já permitia ao Governo conservador islâmico (liderado pelo Presidente Recep Erdogan) bloquear sites sem uma ordem prévia da justiça.
O Youtube publicou o texto da decisão do juiz e explicou aos utilizadores que a "medida administrativa" foi aplicada pela autoridade das telecomunicações. O Facebook foi alvo da mesma medida, mas voltou a estar activo na Turquia depois de ter retirado as imagens em causa.
Esta não é a primeira vez que as autoridades turcas bloqueiam as redes sociais no país. Durante a campanha para as legislativas de 2014 fizeram o mesmo pois surgiram nas redes sociais notícias sobre o envolvimento de membros do Governo em casos de corrupção – o nome de Erdogan foi associado a um desses casos.
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