quarta-feira, 15 de abril de 2015

Maduro ataca Espanha e chama primeiro-ministro de “racista”

O presidente venezuelano Nicolás Maduro proferiu nesta terça-feira uma série de ataques contra o governo espanhol e o chefe de Estado do país, o primeiro-ministro Mariano Rajoy. Em discurso realizado durante seu programa semanal de televisão, Maduro disse que Caracas é vítima de "manobras e jogadas" promovidas por Madri.
O transtorno do bolivariano, segundo o jornal El Universal, está relacionado ao texto aprovado nesta terça pela Câmara dos Deputados da Espanha que pede a "liberação imediata" de opositores venezuelanos presos arbitrariamente pelo governo chavista. Leopoldo López, chefe do partido Vontade Popular, e Antonio Ledezma, prefeito de Caracas, são mantidos sob custódia em uma prisão militar sem que haja provas para embasar a acusação de "conspiração" formulada contra eles.
O jornal El País reportou que o texto formulado pelos deputados espanhóis foi acordado entre os partidos PP, de Mariano Rajoy, e PSOE. De acordo com Maduro, o gabinete governista foi aconselhado a "analisar a agressão das elites corruptas da Espanha contra os venezuelanos e nossa pátria". O presidente prometeu preparar "um conjunto de respostas integrais, diplomáticas, políticas, populares, sociais, midiáticas, econômicas e de todas as formas" possíveis.
Maduro afirmou que Rajoy está "por trás" de "abusos" cometidos contra a Venezuela. O presidente venezuelano também chamou as instâncias democráticas da Espanha de agressoras e classificou o primeiro-ministro de "racista". "Até quando vamos ter de aguentar abusos, desdém e o racismo? Rajoy é um mentiroso racista. Ele possui racismo histórico e social", disse Maduro. "Racistas da elite corrupta. Como depreciam os sul-americanos, africanos e asiáticos".
A cartilha populista herdada por Maduro de seu mentor político Hugo Chávez vem sendo cumprida a rigor desde que ele assumiu o poder, em abril de 2013. 
Assolado pela alta inflação e o desabastecimento de produtos de primeira necessidade, como o papel higiênico, Maduro acusa os Estados Unidos de tramarem uma "guerra econômica" contra a Venezuela.Diante da falência da democracia no país sul-americano, o governo do presidente americano Barack Obama declarou a Venezuela uma "ameaça à segurança nacional" de Washington. A medida abriu o precedente legal para que sete funcionários do governo bolivariano fossem sancionados diplomática e economicamente. Em resposta, Maduro prometeu recolher milhões de assinaturas para assinar um abaixo-assinado que seria entregue a Obama durante a Cúpula das Américas, no Panamá. As declarações de Maduro não passaram de propaganda barata e, embora os chefes de Estado tenham sereunido brevemente no evento político, o presidente americano se livrou de receber o abaixo-assinado bolivariano.

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