quarta-feira, 15 de abril de 2015

Irã indicará primeira embaixadora mulher desde a Revolução de 1979

O governo iraniano indicará nos próximos dias a primeira embaixadora mulher a servir fora do país desde a Revolução Islâmica de 1979. Marzieh Afkham, atual porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, foi a escolhida para representar Teerã no exterior. Ainda não foram divulgadas informações sobre o país para o qual ela será enviada. De acordo com o jornal Daily Telegraph, Marzieh é uma das vozes mais influentes na política iraniana. Caso seu nome seja confirmado, ela será apenas a segunda mulher na história do país a trabalhar como embaixadora no exterior. A única mulher a ter exercido o ofício até então era Mehrangiz Dolatshahi, que serviu na Dinamarca na década de 1970.
Organizações de defesa dos direitos humanos criticam com frequência as políticas sexistas do país e a falta de empenho de Teerã em defender mais direitos para as mulheres. Entre as questões mais preocupantes no Irã estão a alta taxa de violência doméstica e os casamentos forçados envolvendo crianças de até 10 anos de idade.
Eleito em 2013, o presidente Hassan Rohani havia prometido melhorar as condições sociopolíticas das mulheres durante sua campanha, mas o processo para reformar as legislações internas tem sido vagaroso. O país, inclusive, revoltou grupos internacionais ao indicar novas restrições à liberdade feminina. Em março, um projeto de lei para desencorajar o uso de anticoncepcionais femininos passou a circular nas instâncias legislativas iranianas. Os opositores à medida dizem que ela restringe os direitos sexuais e reprodutivos das mulheres.

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