A Polícia Militar invadiu o Centro Educacional de Caicó, na região Seridó do Rio Grande do Norte, na manhã desta quarta-feira (18) e libertou os dois educadores que eram mantidos reféns por menores infratores. De acordo com a Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social (Sesed), a situação foi controlada e não há feridos.
Os menores infratores do Ceduc de Caicó se rebelaram na tarde desta terça-feira (17) e fizeram quatro educadores reféns. A PM não sabe se o motim no Ceduc de Caicó está relacionado com a onda de rebeliões que acontece no sistema prisional potiguar desde a semana passada. Detentos já se rebelaram e causaram destruições em 14 presídios do estado. O Rio Grande do Norte possui 33 unidades penitenciárias.
Onda de rebeliões
A onda de rebeliões que acontece no sistema penitenciário potiguar começou na última quarta-feira (11) e já atingiu 14 das 33 unidades prisionais do estado. Na Zona Norte de Natal, quatro unidades registraram rebeliões: Centro de Detenção Provisória de Potengi, Complexo Prisional João Chaves, Presídio Provisório Professor Raimundo Nonato e Centro de Detenção Provisória da Zona Norte (CDP).
Também aconteceram revoltas no Centro de Detenção Provisória da Ribeira, na Zona Leste de Natal; na Penitenciária Estadual de Alcaçuz, em Nísia Floresta; no Presídio Estadual Rogério Coutinho Madruga, também em Nísia Floresta; e na Penitenciária Estadual de Parnamirim (PEP), em Parnamirim.
No interior foram registradas revoltas na Penitenciária Agrícola Mário Negócio, em Mossoró; na Cadeia Pública de Mossoró; no Centro de Detenção Provisória de São Paulo do Potengi, na região Agreste; na Penitenciária Estadual Desembargador Francisco Pereira da Nóbrega, o Pereirão, em Caicó; e nas cadeias públicas de Caraúbas e Nova Cruz.
Reinvidicações
Uma TV e um ventilador em cada uma das celas, roupas e tênis para jogar bola na quadra e material de artesanato estão entre as reivindicações dos detentos do presídio estadual Rogério Coutinho, em Nísia Floresta, na Grande Natal.
Além da carta, detentos gravaram vídeos em que fazem uma série de exigências, como a saída da diretora da Penitenciária Estadual de Alcaçuz, Dinorá Simas (veja abaixo). Esta é a maior unidade prisional do estado e apontada como foco do início das rebeliões.
A situação levou à exoneração do secretário estadual de Justiça e Cidadania (Sejuc), Zaidem Heronildes da Silva Filho, e o governo decretou situação de calamidade no sistema prisional.
A Secretaria de Segurança Pública afirma que"não vai negociar com preso". Segundo o Ministério Público, a população carcerária no Rio Grande do Norte é de aproximadamente 7.650 pessoas, mas o Estado tem cerca de 4 mil vagas.
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