quinta-feira, 5 de março de 2015

Em meio a briga na CPI da Petrobras, Cunha se diz disponível para esclarecer denúncias da Lava Jato

O presidente da Câmara, deputados Eduardo Cunha (PMDB-RJ), compareceu de surpresa à CPI da Petrobras nesta quinta-feira e, em meio a um clima tenso com a criação de subrelatorias da comissão, disse estar disponível para esclarecer as denúncias de envolvimento nas investigações da Operação Lava Jato.
Cunha, que estaria na lista de políticos a serem investigados entregue ao Supremo Tribunal Federal por suposto envolvimento em esquema de irregularidade na Petrobras, chegou à comissão logo após discussão e troca de farpas entre deputados favoráveis e contrários à criação de quatro sub-relatorias à revelia de partidos como o PT.
“Eu acho que quem não deve não teme. Não sei se é ou não é verdade aquilo que se fala pela imprensa que houve solicitação de investigação. Mas como eu sempre disse, ninguém é imune a investigação e eu estou pronto para esclarecer, absolutamente tranquilo, qualquer fato ou qualquer suposição de fato que porventura possa aparecer”, disse presidente a jornalistas após colocar-se à disposição da CPI para ser inclusive inquirido.
    O presidente da Câmara voltou a negar que tenha sido avisado que seu nome estaria na lista de pedidos de abertura de inquérito apresentada na noite de terça-feira ao STF pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot. 
  
“Não tem veracidade a informação de que eu teria sido avisado por qualquer emissário”, disse.
A confusão teve início após decisão do presidente da CPI, deputado Hugo Motta (PMDB-PB), de criar quatro sub-relatorias da comissão antes mesmo do  relator, deputado Luiz Sérgio (PT-RJ), ler seu plano de trabalho.
    Houve bate-boca e parlamentares contrários à decisão argumentaram que caberia a Luiz Sérgio criar sub-relatorias, e não ao presidente da comissão. Mesmo após reclamações intensas de deputados, Motta indicou os nomes dos parlamentares que vão ocupar as quatro sub-relatorias.
Ao dizer que não iria voltar atrás na criação das sub-relatorias, o presidente da CPI argumentou que a indicação dos sub-relatores – nomes do PSDB, PR, PTB e PSC – obedeceram ao critério da proporcionalidade dos blocos partidários.

Até mesmo o presidente da Câmara defendeu a decisão de Motta, dizendo que tem “amparo regimental” e que ele tem sido auxiliado pela Secretaria-Geral da Mesa. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário