Marta contou ao EGO como está sendo enfrentar o adeus. "Nos últimos momentos ela não sentiu dor, foi uma transição suave. Nos últimos dias ela estava bem, mas agravou a pneumonia. Ela tinha o sonho de completar 90 anos. Depois que realizou esse sonho, ela começou a declinar, declinar, declinar. Sedaram-na pra ela não sofrer. Aí ela foi apagando", relata.
A filha disse ainda que o tombo que levou em dezembro em Campos do Jordão ajudou a piorar. "O estado de saúde dela era normal, não tinha grandes problemas. Depois da queda, ela ficou com medo de cair e cada vez ficava mais deitada. O que foi agravando foi ficar deitada, muito na cama. Ela repetia muito: 'Estou cansada, já trabalhei muito. Quero descansar, já trabalhei muito, já trabalhei a vida toda'. Fica um buraco, fica um vazio.".
Mesmo enferma, ela queria retomar o trabalho. "Nos 30 anos do 'Viola, minha viola' (que apresentava na TV Cultura), ela estava no Sírio, aí o médico disse que ia ver se dava alta. Ela falou: 'Você já me deu alta. E se não der, eu vou sair do mesmo jeito'. Ela saiu do hospital e foi gravar. Todo mundo ficou impressionado. A força que ela tinha... Era um exemplo". Entre seus aborrecimentos estava uma canção em especial. "Não aguento mais (a música) 'Lampião de Gás', mas todo mundo gosta, tenho de cantar".
A artista plástica Paula Maia, neta de Inezita, também falou com saudade da avó. "Era uma pessoa muito divertida, sabe? Uma vida longa e muita história para contar. Ela queria se estender mesmo. Teve só uma filha, mas três netas e cinco bisnetas. Uma pessoa muito integra, autêntica conhecedora.Sou muito feliz por ter o sangue dela. Ela desafiou a família para trabalhar numa época em que as mulheres não trabalhavam. Minha avó era incrível à frente do tempo dela, foi pioneira. Lutou pelo que acreditava. Foi uma mulher guerreira e incrível. Uma mulher tão forte não é por acaso que morreu no Dia Internacional da Mulher".
Paula contou o que mantinha a avó na ativa com tantos anos de estrada. "Não fazia por dinheiro, ela gostava da música de raiz. Ela valorizava a cultura nacional, gostava de sertanejo raiz. Era essa a autenticidade dela. Ela preferia não ganhar dinheiro, mas preservar isso", completa a artista plástica, apontando o que quer herdar de Inezita: "A força dela eu acho que consegui herdar. Tenho orgulho inclusive de me parecer fisicamente com ela. Ela foi madrinha de muitos músicos. Abriu portas pra muita gente. Tenho certeza que muita gente a tem como madrinha".
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