Combatentes do autoproclamado Estado Islâmico (EI) atacaram, na sexta-feira, uma base militar iraquiana onde estão estacionados centenas de militares americanos. Os atacantes, bombistas suicidas, foram mortos pelas tropas americanas e iraquianas.
Porém, a escassos 12 quilómetros da base Ain al-Asad, o exército iraquiano não conseguiu responder aos jihadistas que conquistaram, ontem, Baghdadi, que era a última cidade da província de Anbar nas mãos das forças governamentais.
A conquista de Baghdadi foi o primeiro avanço do Estado Islâmico no terreno em muitos meses e veio provar, explicaram os analistas, que o exército iraquiano não está preparado para enfrentar os combatentes jihadistas no terreno — treiná-los e fazer aconselhamento estratégicos é a missão do contingente americano em Ain al-Asad, constituído sobretudo por marines.
O ataque à base Ain al-Asad, na zona ocidental de Anbar, província fronteiriça com a Síria, foi confirmado pelo porta-voz do Pentágono, o almirante John Kirby, que disse que oito militantes do EI morreram no contra-ataque.Kirby disse que na operação contra o EI foram usados aviões da coligação que combate os jihadistas no Iraque e na Síria, onde dominam um vasto território e onde auto-proclamaram um califado.
Os aviões não foram, no entanto, usados para repelir o ataque a Baghdadi, cuja conquista foi uma vitória para o EI, que há meses não avançava no terreno, praticamente desde que a coligação internacional deu início aos bombardeamentos contra as suas posições.
Esta investida deve ser colocada em perspectiva, disse o porta-voz do Pentágono. Não explicou o que queria dizer com estas palavras, mas os comentadores americanos que ligaram os dois ataques — à base e à cidade — questionaram se a opção de combater o EI sem recorrer a tropas no terreno é a opção mais acertada. Os aviões, disseram, citados pela BBC, não são o método adequado quando se trata de defender cidades, devido ao risco de morrerem muitos civis. E não bastarão quando se entrar na fase de reconquistar terreno em zonas densamente povoadas.
O envio de tropas americanas já foi rejeitado pelo Presidente Barack Obama, que espera uma iniciativa regional nesse sentido. Mas os países que poderiam enviar tropas também não se comprometem porque, antes do mais, uma acção militar teria que ser sustentada pelo exército iraquiano, que não tem capacidade para o fazer.
O jornal The New York Times relatava ontem que os militares iraquianos e americanos já debateram a possibilidade de se avançar com uma ofensiva terreste para reconquistar a cidade de Mosul, a segunda maior do Iraque, mas que de ambos os lados se chegou à conclusão de que as forças iraquianas não estão à altura de uma operação deste tipo.
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