quarta-feira, 20 de maio de 2020

Chefe da PF-MG contesta Bolsonaro e diz que ele não cobrou aprofundamento do caso Adélio

O superintendente da Polícia Federal em Minas Gerais, delegado Cairo Costa Duarte, afirmou em depoimento nesta quarta-feira 20 que Jair Bolsonaro não demonstrou insatisfação com a investigação feita pela Polícia Federal sobre o caso Adélio Bispo, autor de uma facada em Bolsonaro durante as eleições de 2018. 
Bolsonaro: Facada Fake? (Linguagem Corporal - Metaforando) - YouTubeO depoimento não bate com a crítica feita por Bolsonaro durante pronunciamento em abril, após a renúncia de Sergio Moro do Ministério da Justiça. Na ocasião, Bolsonaro reclamou sobre o que ele considerava ser uma falta de aprofundamento das investigações relacionadas ao caso Adélio e chegou a acusar a PF de se preocupar mais ‘com Marielle do que com seu chefe supremo’.
“Que indagado se o Presidente da República naquela ocasião se mostrou insatisfeito com as investigações do ‘caso Adélio’, respondeu que acredita não ter sido manifestada pelo presidente da República na ocasião qualquer insatisfação em relação ao aprofundamento da investigação”, apontou Duarte.
À época, o primeiro inquérito sobre o assassinato já havia sido concluído e um segundo, sobre supostos mandantes, estava sendo conduzido pela PF mineira, informa reportagem do Estado de S.Paulo sobre o depoimento do delegado. No âmbito judicial, Bolsonaro não apresentou recurso contra a sentença que considerou Adélio Bispo inimputável.

terça-feira, 19 de maio de 2020

“Aluno de Olavo de Carvalho”, bolsonarista publica selfie sem máscara ao lado da mãe no hospital

Definindo-se como “católico, patriota, conservador e aluno do professor Olavo de Carvalho”, o bolsonarista Jorge de Moraes publicou em suas redes sociais uma selfie ao lado da mãe, internada em um hospital de Jundiaí, no interior de São Paulo, gabando-se de estar sem máscara.
“No hospital, sem máscara, ao lado da minha mãe. Eu não me curvo ao globalismo. OMS vá se fuder”, escreveu, com a hashtag #DoriaBosta.
Após repercussão, ele voltou às redes com uma máscara improvisada onde se lê 100% Bolsonaro. “Acabo de preparar minha máscara. Ela protege contra o coronavirus e contra o comunavírus. Dupla proteção”, diz o adolescente, que se mostra adorador do presidente e do guru nas redes sociais.
Nesta segunda-feira (18), a prefeitura de Jundiaí notificou a 31ª morte por coronavírus na cidade, de uma mulher de 75 anos. O número de casos confirmados no município chegou a 397. A ocupação de leitos de UTI entre apenas aqueles destinados à Covid-19 na rede pública é de 59%. Na rede privada, contando com outras enfermidades, a taxa é de 74%.

Vera Magalhães insiste em defender o golpe de 2016, após resposta de Felipe Neto



A jornalista Vera Magalhães voltou a defender a legalidade do golpe parlamentar de 2016 que destituiu a presidente Dilma Rousseff sem a comprovação de crime de responsabilidade. 
Entre os argumentos para justificar sua posição, Vera mencionou o fato do processo de impeachment ter sido chancelado pelo Supremo Tribunal Federal (STF). "Já que os petistas querem resumir a entrevista do @felipeneto à discussão de foi golpe/não foi golpe, o que mostra que não entenderam nada do que se passou de 2014 para cá, vamos lá: 1. Não se trata de achar. O STF validou o impeachment de Dilma. Portanto, não foi golpe", disse Vera em uma sequência de tweets. 
Internautas lembraram jornalista de direita que o STF também validou o Golpe Militar de 1964. "Vera, do ponto de vista histórico, o STF validou várias ilegalidades. Até, vale sempre lembrar, a extradição de judeus para o governo nazista", respondeu o jurista e escritor Ruben Casara. 
"E, por favor, evite reduzir uma importante questão constitucional a uma disputa político-partidária. Não é coisa de 'petista' ou de 'bolsonarista'. Você presta um serviço fundamental quando informa, mas peca ao se manifestar com ares de 'certeza' sobre aquilo que não estudou", acrescentou. 
Reação da apresentadora do Roda Viva ocorreu após o youtuber e empresário Felipe Neto ter dito, em entrevista ao programa nessa segunda-feira, 18, que considera um golpe o que ocorreu em 2016, e que se arrepende de ter contribuído indiretamente para o episódio. 
"Não afirmo aqui, que hoje seja um adorador ou participante de um projeto petista, mas não tenho dúvidas de que no momento do impeachment, que podemos chamar de golpe, a minha colaboração embora fosse nada se comparável com a força que tenho hoje nas redes sociais, sem dúvida ela existiu e foi usada de maneira errada", disse Felipe Neto. 

Ramagem se irrita com ligação de seu nome ao vazamento a Flávio Bolsonaro do caso Queiroz

Amigo dos filhos do presidente, o delegado da Polícia Federal, Alexandre Ramagem, atual diretor da Agência Brasileira de Informação, teria se irritado com as especulações que ligam seu nome ao suposto vazamento a Flávio Bolsonaro de informações sobre a operação Furna da Onça, que investiga o esquema de rachadinhas no gabinete do então deputado estadual, que seria comandada pelo miliciano Fabrício Queiroz.



A pessoas próximas, Ramagem diz não ter qualquer relação com a ação por uma questão cronológica, segundo nota na coluna Painel, na edição desta terça-feira (19) da Folha de S.Paulo. Ramagem trabalhava em Brasília em 2018. Ele só começou a atuar na segurança do presidente no dia seguinte ao segundo turno das eleições.
A informação do vazamento foi revelada pelo empresário Paulo Marinho, um dos principais articuladores da campanha presidencial de Jair Bolsonaro.
Suspeito do vazamento, Ramagem diz que só conheceu Bolsonaro quando tornou-se segurança de sua campanha, no dia 29 de outubro de 2018. Ele diz que estava no Rio nesta data e teve que comprar um terno para se apresentar ao então presidente eleito.
Segundo Marinho, o vazamento da informação para Flávio Bolsonaro teria ocorrido entre o primeiro e o segundo turnos das eleições por um delegado da Polícia Federal que era simpatizante da candidatura do pai.

Weintraub usa assessores do MEC como advogados para suas causas privadas contra a imprensa

Abraham WeintraubDois assessores do Ministério da Educação (MEC) atuaram como advogados do ministro, Abraham Weintraub, em ações de interesse privado na Justiça. Os advogados Auro Hadano Tanaka e Victor Sarfatis Metta trabalharam como advogados de Weintraub em prática que configura improbidade administrativa , relata a jornalista Natália Portinari em O Globo. Os dois atuam em regime de dedicação integral no Ministério, conforme reconhece a  própria assessoria de WeintraubAuro Tanaka foi nomeado em 15 de abril de 2019. Victor Metta, em 28 de maio de 2019. O salário de ambos é de R$ 13,6 mil. Victor Metta aparece como um dos advogados representando Weintraub em uma ação de danos morais contra o Brasil 247, no Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP). Seu escritório, Rosenthal Sarfatis Metta, entrou com a ação em 3 de outubro de 2019.
Em 28 de outubro do ano passado, Victor também aparece como representante de Weintraub em uma ação de danos morais contra a revista Fórum. No dia seguinte, 29 de outubro, o escritório também pediu danos morais contra o escritor Paulo Ghiraldelli Júnior, listando novamente Victor como um dos advogados em nome do ministro Abraham Weintraub.
Em novembro de 2019, Auro Tanaka moveu uma ação contra uma jornalista do Valor Econômico no Tribunal de Justiça de São Paulo. Na queixa-crime, a acusou de difamação. O Rosenthal Sarfatis entrou com uma ação civil no mesmo caso, na qual Victor não é elencado como representante de Weintraub.
A prática configura ilícito de improbidade administrativa, que é o uso de servidor público em "obra ou serviço particular", indicado na Lei de Improbidade Administrativa, segundo o advogado e doutor em direito do Estado Igor Tamasauskas ouvido por Portinari.

segunda-feira, 18 de maio de 2020

Bolsonarista que deu bandeirada em repórter é servidora pública e ganha R$ 8 mil

A servidora Angela Telma Alves Berger foi identificada como a mulher que deu uma bandeirada em uma jornalista em frente ao Palácio do Planalto.
Angela Berger é servidora da Escola Nacional de Administração Pública, a Enap, orgão vinculado ao Ministério da Economia. Ele ingressou no serviço público em 1986, e recebe um salário de R$ 8024,00.

‘To com medo de ser escrava de chinês. Tenho me do comunismo nos dominar. Muito medo’, afirmou à Folha, ao ser indagada sobre a agressão. Ela também insistiu que o caso ‘se tratou de um acidente‘.
“Vejo notícias que estão vendendo as riquezas do Brasil. Que vêm um bando de chinês em setembro comprar tudo. Eu estou com medo. Fico em pânico. Ando depressiva. Nervosa. Nervos a flor da pele”, “Eu quero que esses chineses comunistas saiam do Brasil, delirou.

Paulo Marinho recebe ameaças de morte e terá segurança especial do governo Witzel

"O empresário Paulo Marinho vai receber segurança especial da Polícia Militar. O oferecimento foi feito pelo governo do Rio de Janeiro depois de um pedido do próprio suplente de senador e presidente do PSDB-RJ", informa o jornalista Lauro Jardim, em sua coluna
Marinho esteve ontem no Palácio Laranjeiras com Wilson Witzel e lhe entregou uma carta. "Nela, relatou ameaças de morte que vem sofrendo desde a madrugada, quando a repórter Mônica Bergamo publicou na 'Folha de S. Paulo' uma entrevista em que ele revela que Flavio Bolsonaro foi avisado com antecedência por um delegado da PF sobre da operação Furna da Onça, que investigava as rachadinhas", aponta Lauro. Saiba mais sobre o caso:
247 – Surge, neste domingo, mais uma prova de que as "instituições" brasileiras foram usadas para fraudar o processo eleitoral de 2018, favorecendo Jair Bolsonaro e a ascensão da extrema-direita. Não bastasse a inabilitação forçada do ex-presidente Lula, pelo TSE, e o vazamento da delação de Antonio Palocci, pelo ex-juiz Sergio Moro, descobre-se agora que a Polícia Federal vazou para Flávio Bolsonaro que o esquema da rachadinha estava sendo investigado e que ele deveria demitir seu assessor Fabrício Queiroz, que era uma espécie de tesoureiro da família Bolsonaro.
A revelação foi feita pelo empresário Paulo Marinho, suplente de Flávio, em entrevista à jornalista Mônica Bergamo, publicada na Folha de S. Paulo. Segundo ele, Flávio disse que soube com antecedência que a Operação Furna da Onça, que atingiu Queiroz, seria deflagrada. "Foi avisado da existência dela entre o primeiro e o segundo turnos das eleições, por um delegado da Polícia Federal que era simpatizante da candidatura de Jair Bolsonaro. Mais: os policiais teriam segurado a operação, então sigilosa, para que ela não ocorresse no meio do segundo turno, prejudicando assim a candidatura de Bolsonaro. O delegado-informante teria aconselhado ainda Flávio a demitir Fabrício Queiroz e a filha dele, que trabalhava no gabinete de deputado federal de Jair Bolsonaro em Brasília. Os dois, de fato, foram exonerados naquele período —mais precisamente, no dia 15 de outubro de 2018", aponta a reportagem.
O escândalo estourou logo depois e Queiroz se tornou um "foragido" cujo paradeiro é conhecido, mas que segue blindado pelas mesmas "instituições" que fraudaram o processo eleitoral de 2018, para permitir Jair Bolsonaro e prejudicar Fernando Haddad.