sábado, 7 de março de 2020

General diz que foi exonerado por resistir à nomeação do padrinho de Flávio Bolsonaro

O ex-secretário do Esporte, general Décio Brasil, afirmou em entrevista à Folha de S. Paulo que acredita ter sido exonerado por relutar em colocar Marcelo Magalhães, padrinho de casamento do senador Flávio Bolsonaro, em sua secretaria. Magalhães acabou assumindo a pasta no lugar de Brasil.
“Talvez isso tenha desagradado o presidente, porque a minha exoneração já foi junto com a nomeação dele para o meu lugar”, disse o general.
Segundo ele, é difícil identificar outro motivo para a sua exoneração: “O resultado do nosso trabalho foi muito bom. E, de repente, fui surpreendido com a exoneração. Não esperava. Acho que o principal motivo foi o fato de eu ter sido reticente na nomeação do Marcelo Magalhães para o escritório do Rio—Escritório de Governança do Legado Olímpico, órgão que administra o Parque Olímpico da Barra”.
Décio explica que não conhecia Marcelo e que “precisava de alguém da minha confiança lá porque a documentação ia do Rio para Brasília, para ordenar despesas”. Segundo o ex-secretário, o presidente garantiu que o indicado era da confiança dele, mas o general permaneceu resistente.
Apesar da relutância, Décio aceitou nomear o indicado, mas conta que teve problemas na relação com Marcelo: “Ele disse que não ia me dar satisfação, mas ele me devia satisfação, porque o escritório do Rio é subordinado à secretaria. Ele falou que não ia conversar comigo, que só ia conversar com o ministro, com o presidente ou com o senador”.
Décio explica que ficou numa “saia-justa” com um subordinado que não se comunicava com ele. “Ele [Marcelo] tomou dia 5 de fevereiro, eu chamei ele pra uma reunião, ele não foi. Nunca vi ele pessoalmente”, afirmou.

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