segunda-feira, 9 de março de 2020

Enquanto economia derrete, Bolsonaro defende prisão perpétua para transexual

 Assim como fez seu filho Eduardo Bolsonaro e seu ministro da Educação, Abraham Weintraub, Jair Bolsonaro aderiu ao linchamento da internet contra a transexual Suzy, personagem de reportagem do Fantástico, da TV Globo, com o médico Drauzio Varella.
Pelo Twitter, ele defendeu prisão perpétua para a transexual, que está presa em Guarulhos, região metropolitana de São Paulo: “infelizmente a Constituição não permite prisão perpétua para crimes tão cruéis”.
Ele também atacou a Globo por ter feito matéria com a detenta: “Enquanto a Globo tratava um criminoso como vítima, omitia os crimes por ele praticados: estupro e assassinato de uma criança. Graças à internet livre, o povo não é mais refém de manipulações”.
As declarações de Bolsonaro são feitas enquanto a economia derrete no mundo todo, especialmente no Brasil, onde a Bolsa de Valores registrou a maior queda em 20 anos e a alta do dólar bateu novo recorde, levando a moeda a R$ 4,72.
A história de Suzy inicialmente gerou comoção porque a detenta não recebia visitas há oito anos na prisão. Após a reportagem na Globo, ela passou a receber cartas. A polêmica aconteceu após a divulgação do motivo de sua prisão: estupro e morte por estrangulamento de uma criança. 
O linchamento virtual também foi direcionado contra Drauzio e a Globo. Questionado se sabia do crime de Suzy, o médico afirmou em nota que não, mas que não é juiz e não julga os pacientes.
"Há mais de 30 anos, frequento presídios, onde trato da saúde de detentos e detentas. Em todos os lugares em que pratico a medicina, seja no meio consultório ou nas penitenciárias, não pergunto sobre o que meus pacientes possam ter feito de errado. Sigo essa conduta para que meu julgamento pessoal não me impeça de cumprir o juramento que fiz ao me tornar médico", disse.
"No meu trabalho na televisão, sigo os mesmos princípios. No caso da reportagem, veiculada pelo Fantástico na semana passada (1º/3), não perguntei nada a respeito dos delitos cometidos pelas entrevistadas. Sou médico, não juiz", completou.

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