"Ele foi indiciado pelo estupro de vulnerável majorado. Antes da confissão dele, não já tínhamos convicção da autoria, porém ele ousou a fugir e nós rapidamente representamos pela prisão preventiva. O autor acreditava no poder familiar que tinha sobre a menina, achando que ele nunca falaria nada. Infelizmente, é um caso de extrema pobreza, extrema falta de cultura, algo bem complexo em que ele acreditava até ser normal o crime".
No decorrer do inquérito policial, cinco testemunhas foram ouvidas: o pai, a mãe, a adolescente, a irmã mais velha e uma funcionária do Centro de Referência Especializado de Assistência Social (Creas), que faz acompanhamento da vítima. "O suspeito permanece no presídio de Aquidauana, junto com o mesmo perfil de agressores", comentou o delegado.
Conforme a investigação, também foi descartada a possibilidade do crime ocorrer com as outras filhas do suspeito. "Não há indício algum de que o crime tenha ocorrido com as outras irmãs. Ele registrou a menina, que já era adolescente e ele também tinha mais oportunidades de ficar ao lado dela, então tentou se esquivar dizendo que ambos tinham um relacionamento", ressaltou Vale.
Caso à tona
A conselheira tutelar Maria Luiza Rivas, de 43 anos, que também ouviu a menina, ressaltou que o caso "só veio à tona" porque a barriga da vítima já estava grande, aparentemente entre o 3° a 4° mês de gestação.
"Nós fomos acionados pela PM [Polícia Militar], para ir até a 1ª delegacia e averiguar as informações da menor. Ela estava ao lado da irmã mais velha, que inclusive está a ajudando nas consultas médicas e pediu a guarda da menina. No depoimento do dia 5 de julho, deste ano, a menina falou que a mãe ia para a cidade resolver problemas, quando ele a levava para o quarto dele e cometia os abusos", falou em entrevista recente.
Já a assistente social e coordenadora do Creas, Debora do Carmo, fala que menina não aceita o bebê e está emocionamente abalada. Atualmente, a vítima está morando com a irmã mais velha e recebendo apoio de toda a rede de saúde, inclusive com alimentação.
Prisão preventiva
O auxiliar de serviços gerais comentou que os abusos sexuais ocorriam quando a vítima levava almoço para ele na fazenda, além das vezes em que "arrumava uma situação", na qual a mãe ia para a cidade e, em muitas situações, pernoitva em Anastácio.
Antes da prisão, no dia 31 de agosto, o delegado Jackson comentou que uma testemunha esteve na delegacia, ressaltando que ele recebeu uma medida cautelar do juiz, para se afastar da menina. Além de rasgar o documento, o suspeito comentou que fugiria e por isso foi pedida a prisão preventiva. Ele foi preso em uma aldeia.
O criminoso deve responder por estupro de vulnerável, que é um crime considerado hediondo, com pena que varia de 8 a 15 anos de reclusão. Ele ainda possui o agravante da ameaça, com pena que seis meses, além de multa.
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