— Eu fui informada pela minha diretora que responderia a um processo. Recebi muito apoio dos professores e alunos da minha escola. É a primeira vez que tem uma denúncia anônima sobre a minha aula — conta a professora.
A obra foi o filme “Besouro”, que conta a vida de Besouro Mangangá, interpretado por Ailton Carmo, um capoeirista brasileiro da década de 1920. Segundo Sabrina, a obra é baseado em fatos reais sobre um levante no recôncavo baiano liderado pelo capoeirista. O teor da reclamação também não foi revelado pela prefeitura, mas a professora acredita que o problema é o fato da obra abordar as religiões afro brasileiras.
— O filme é alvo da intolerância religiosa, pois mostra os orixás. Nossa luta é constante na defesa da escola laica e da escola como espaço da ciência. No início do ano já explico o que é escola laica e separo o espaço da religião, da casa e da família com o da ciência na escola. Todo ano sinto que está mais difícil — conta.
ATAQUE RACISTA CONTRA A PROF. SABRINA LUZ | A educadora socialista, ativa nos movimentos contra o machismo, lgbtfobia e racismo, Sabrina Luz, foi informada nesta quarta(23) que estará respondendo a processo administrativo na prefeitura de Macaé, devido a uma denúncia de ter passado em sala de aula o filme Besouro, sobre a capoeira e as religiões de origem africana.
O acolhimento desta denuncia de teor racista e de intolerância religiosa pela prefeitura, por si só já é um grande absurdo.
O ensino da cultura afro indígena é lei, nenhum educador deve ser constrangido ou assediado por mostrar e debater a história de nosso povo.
Basta de racismo.
Basta de intolerância religiosa.
Basta de assédio moral contra os que lutam.
Pela imediata retirada do processo administrativo contra Sabrina Luz.
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