"Eles usaram esses passaportes brasileiros, que claramente mostram fotos de Kim Jong Un e Kim Jong Il, para tentar obter vistos de embaixadas estrangeiras", disse uma alta fonte de segurança ocidental, sob condição de anonimato.
"Isso mostra seu desejo por viagens, e aponta para as tentativas da família governante de construir uma possível rota de fuga", acrescentou.
A embaixada da Coreia do Norte no Brasil se recusou a comentar.O Ministério das Relações Exteriores brasileiro disse que está investigando o caso.Uma fonte brasileira, que também falou sob condição de anonimato, disse que os dois passaportes em questão eram documentos legítimos quando enviados em branco para emissão em consulados.
Não ficou claro se os vistos foram obtidos.Os passaportes também podem ter sido usados para viagens a Brasil, Japão e Hong Kong, de acordo com as fontes de segurança.O jornal japonês Yomiuri Shimbun informou em 2011 que Jong Un visitou Tóquio quando criança usando um passaporte brasileiro em 1991 -- antes da data de emissão impressa nos dois passaportes brasileiros vistos pela Reuters.
"JOSEF PWAG"
Os dois passaportes brasileiros com 10 anos de validade contêm um carimbo dizendo "Embaixada do Brasil em Praga" com data de expedição de 26 de fevereiro de 1996. As fontes de segurança disseram que tecnologia de reconhecimento facial confirmaram que as fotos são de Kim Jong Un e seu pai.O passaporte com a foto de Jong Un foi emitido em nome de Josef Pwag, com data de nascimento de 1 de fevereiro de 1983.Sabe-se tão pouco sobre Jong Un que até mesmo sua data de aniversário é contestada. Ele teria de 12 a 14 anos de idade quando o passaporte brasileiro foi emitido.
É sabido que Jong Un estudou em uma escola internacional de Berna, na Suíça, onde fingia ser filho de um motorista de uma embaixada.O passaporte de Jong Il foi emitido no nome de Ijong Tchoi com data de nascimento de 4 de abril de 1940. Jong Il morreu em 2011. Sua verdadeira data de nascimento era em 1941.Ambos os passaportes exibem como local de nascimento dos portadores a cidade de São Paulo.
A primeira fonte de segurança se recusou a descrever como as cópias dos passaportes foram obtidas, citando regras de sigilo.A Reuters viu apenas cópias dos documentos, de forma que não foi capaz de discernir se foram adulterados.
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