New York Times está a avançar com a notícia que o WhatsApp foi bloqueado na China, com o governo chinês a ter bloqueado o protocolo NoiseSocket que a aplicação utiliza para enviar mensagens de texto.
De recordar que a aplicação de mensagens detida pelo Facebook não estava a operar em pleno dentro do território chinês, uma vez que julho já haviam sido bloqueadas a capacidade de partilhar fotografias, vídeo e mensagens de voz.
De acordo com Nadim Kobeissi, especialista da Symbolic Software que deu o alerta, este bloqueio das mensagens de texto ter-se-á dado com alguns meses de distância devido ao tempo que demorou a adaptar a ‘firewall’ chinesa.
O WhatsApp, que encripta as suas mensagens, dificultando a monitorização por terceiros, é utilizado na China por dissidentes e ativistas, como forma de evitar os serviços de mensagens domésticos, obrigados a partilhar informação com o regime.
Casos envolvendo mensagens enviadas a partir do Wechat - equivalente chinês ao WhatsApp - resultaram já em prisão.
Num caso difundido esta semana pela imprensa chinesa, um homem que escreveu "junta-te comigo ao EI [Estado Islâmico]" num grupo de chat, em jeito de brincadeira, foi condenado a nove meses de prisão, por promover o terrorismo.
O Wechat, que pertence à gigante chinesa da Internet Tencent, censura frequentemente mensagens contendo palavras politicamente sensíveis, como 04 de junho de 1989 (data do massacre de Tiananmen).
Em 18 de outubro, arranca o XIX Congresso do Partido Comunista Chinês, no qual se escolhe a liderança do país para os próximos cinco anos.
Este mês, a Administração do Ciberespaço da China publicou um regulamento, no qual estabelece que as empresas do setor devem verificar as identidades reais dos membros em grupos de conversação no espaço 'online' e reforçar o controlo sobre os comentários feitos 'online'.
A censura chinesa bloqueia o Facebook, Youtube e Google ou ferramentas como o Dropbox e o WeTransfer.
As versões eletrónicas de vários órgãos de comunicação estrangeiros também estão bloqueadas no país.
Desde de que ascendeu ao poder, em 2012, o Presidente chinês defende a noção de um "ciberespaço soberano", ou o direito de Pequim de ditar o que os 730 milhões de internautas podem fazer ou ver na rede.
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