Na véspera de uma viagem para a china, o presidente Michel Temer reuniu todos os ministros no palácio do planalto e anunciou mudança no decreto muito criticado que liberou a exploração mineral numa reserva na Amazônia.
Na reunião com ministros e líderes, Temer procurou saber em que pé andam as ações de governo. Uma teve que ser corrigida com a reunião em andamento: a extinção da Reserva Nacional do Cobre e Associados, a Renca, que vem provocando muita reação, até entre aliados.
Os ministros do Meio Ambiente e de Minas e Energia anunciaram um novo decreto que vai detalhar como será a exploração, com garantias das questões ambientais e indígenas.
“Eu tenho certeza de que, com essas decisões, nós vamos ter muita responsabilidade na região e não vai acontecer um desmatamento desenfreado conforme era o nosso receio”, disse Sarney Filho.
Ambientalistas disseram que o novo texto traz mais salvaguardas para as áreas protegidas, mas alertaram que o texto continua sem proteger a região dos efeitos indiretos da mineração como garimpo e desmatamento.
A reunião também tratou da pauta econômica, o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, falou da recuperação da economia, e disse que há entusiasmo com os resultados.
“Da austeridade fiscal, da confiança que a economia passou a ter com todos os projetos aprovados, teto dos gastos etc. e toda a série de reformas em andamento, que fez com que o controle fiscal, também, muito rígido de despesas correntes, discricionárias, fizeram uma maior confiança na economia e isso já foi um fator da maior importância”.
Mas o Planalto sabe da iminência de uma nova denúncia do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, contra o presidente Michel Temer. A primeira, que chegou ao Congresso em junho, levou o governo a focar na batalha por votos até conseguir barrá-la.
Com o ajuste fiscal dependendo de votações no Congresso, mais um desgaste político envolvendo o presidente pode atrapalhar.
Mas não é o que pensa o chefe da Casa Civil.
“Nós estaremos preparados para politicamente enfrentá-la no que diz respeito ao campo político, juridicamente enfrentá-la no campo jurídico e a economia está descolada, a prova disso é que, neste segundo trimestre, nós tivemos o maior, o melhor desempenho em relação ao primeiro trimestre”, afirmou Eliseu Padilha.
Com a viagem de Temer para a China, peças-chave da política serão mexidas. Ele só volta ao Brasil no dia 5 de setembro. Até lá, o comando do país será do presidente da Câmara, Rodrigo Maia.
Caberia ao primeiro vice da Câmara, Fábio Ramalho, assumir a presidência da casa, mas ele vai viajar com Temer. Por isso, a presidência da Câmara será ocupada pelo segundo vice, o deputado André Luiz Carvalho Ribeiro, mais conhecido como Fufuca, apelido político do pai dele, que é Francisco. Fufuca acaba de fazer 28 anos, está no primeiro mandato. Ele vai ficar responsável por uma delicada pauta de votações.
As recomendações foram dadas em outra reunião no Planalto com Temer e Maia. O apelo é para que Fufuca siga o cronograma da reforma política, que depende de acordo, destaques da TLP e a medida provisória do Refis. O deputado diz que está seguro para tocar as votações.
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