O líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), assinou na noite desta terça-feira (21) o pedido de criação da CPI da Previdência, protocolado à tarde, numa estratégia para limitar o alcance da comissão.
A intenção da Comissão Parlamentar de Inquérito, cujo pedido é de autoria do senador Paulo Paim (PT-RS), é investigar a real situação da Previdência Social, de forma a comprovar que não há necessidade de uma reforma previdenciária como a que está sendo proposta pelo governo.
Sem conseguir impedir o apoio de integrantes da base aliada -além da oposição, assinaram a lista integrantes do PMDB, PSDB e DEM-, a estratégia do governo agora é "tomar conta" da comissão. Por volta das 19h, 60 nomes apoiavam o pedido de criação da CPI.
O Palácio do Planalto e lideranças da base no Senado pressionaram alguns senadores que são contrários a Reforma da Previdência proposta pelo presidente Michel Temer, ainda em discussão na Câmara dos Deputados.
Como o tema é controverso mesmo entre os aliados, preferiu-se então deixar que o assunto seja discutido. Contudo, os governistas mais próximos ao Planalto vão articular cargos estratégicos na CPI, como a relatoria.
A situação é semelhante à que ocorreu com a CPI do Futebol, cujo requerimento foi protocolado pelo senador Romário (PSB-RJ) em 2015. Incapaz de impedir a criação e instalação da comissão, o governo fez um "jogo de cena" e controlou os trabalhos.
O relatório oficial, apresentado em novembro de 2016 por Romero Jucá, não pediu nenhum indiciamento como resultado das investigações sobre contratos e negociações da CBF (Confederação Brasileira de Futebol) e seus dirigentes.
De forma paralela, como voto em separado, Romário e o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) também apresentaram um relatório no qual pediu o indiciamento de nove pessoas. No fim das contas, a CPI do Futebol acabou inconclusiva.
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