São Paulo, 24 - Os operadores do PMDB Jorge e Bruno Luz, pai e filho respectivamente, foram presos pela Interpol, a Polícia Internacional, nesta sexta-feira, 24, em Miami, nos Estados Unidos. Os lobistas são alvo da Operação Blackout, 38ª fase da Lava Jato, deflagrada na quinta-feira, 23, e foram dados como foragidos internacionais.
Bruno deixou o Brasil no dia 16 de agosto e seu pai Jorge no último dia 11 de janeiro. Ambos viajaram para os Estados Unidos e, segundo a Operação Blackout, não havia registro de que teriam retornado ao País.
De acordo com a Procuradoria da República, Jorge Luz e Bruno Luz têm quatro negócios da Petrobras que supostamente envolveram propina. Na lista estão a compra do navio-sonda Petrobras 10.000, o contrato de operação do navio-sonda Vitória 10.000, a venda da empresa Transener e o fornecimento de asfalto pela empresa Sargeant Marine.
De acordo com o procurador da República, Diogo Castor de Mattos, da força-tarefa da Operação Lava Jato, "agentes políticos do PMDB no Senado" foram beneficiários de parte dos US$ 40 milhões de propina supostamente repassados pelos operadores do partido Jorge Luz e Bruno Luz. Pai e filho, afirmou o investigador, tiveram uma "atuação de longa data" no esquema de corrupção instalado na Petrobras, segundo o procurador.
"Há estimativas da Procuradoria-Geral da República de que essas pessoas (Jorge e Bruno Luz) movimentaram em torno de US$ 40 milhões em pagamentos indevidos. Os beneficiários eram diretores e gerentes da Petrobras e também pessoas com foro privilegiado, agentes políticos relacionados ao PMDB. Há elementos que apontam que agentes políticos do Senado, ainda na ativa, foram beneficiários de parte desses pagamentos", afirmou.
Alvos da Operação Blackout, os operadores do PMDB usaram contas de empresas offshores no exterior para pagar propina "de forma dissimulada", segundo a Procuradoria da República. Durante as investigações, afirma a força-tarefa da Lava Jato, foram identificados pagamentos em contas na Suíça e nas Bahamas.
Jorge Luz e Bruno Luz são investigados por corrupção, lavagem de dinheiro e evasão de divisas.
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