quinta-feira, 18 de agosto de 2016

Órgãos reguladores da Europa estão dizendo Pokémon "Stop"

Os jogadores adoram o Pokémon Go. Os desenvolvedores do aplicativo para dispositivos móveis, contudo, estão descobrindo que as autoridades europeias são um pouco mais difíceis de conquistar.
Pokémon GO em smartphoneO jogo bateu recordes de downloads de aplicativos, mas órgãos de defesa do consumidor de toda a Europa estão levantando dúvidas a respeito do contrato com o qual os clientes precisam concordar antes de usá-lo.
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Segundo os termos de serviço, o jogador cede seus direitos de representação em tribunais como requerente ou membro de ação de classe e, no lugar, aceita arbitragem individual, a menos que opte por não fazê-lo no período de um mês após o download do aplicativo.
Neste mês, o lançamento do aplicativo -- que permite que os jogadores procurem monstros em seus próprios quintais -- provocou um frenesi entre consumidores e investidores.
A Nintendo, criadora da franquia Pokémon e investidora na produtora Niantic, viu seu valor de mercado duplicar imediatamente após o lançamento do jogo, subindo US$ 17,6 bilhões.
O impulso tem sido reduzido devido aos questionamentos a respeito do proveito que a Nintendo terá e se algum grupo lutará para melhorar os termos para os consumidores.
“Imagino que a maior parte das pessoas que usam o Pokémon Go seja bastante jovem e provavelmente nem sequer leia isso”, disse Mark Woloshak, advogado de resolução de litígios da Slater and Gordon, em referência ao contrato. “Não é incomum que as empresas tenham termos e condições e depois as circunstâncias mudem e os termos se tornem irrealistas. É compreensível, as coisas mudam rapidamente”.
Preocupação com a segurança
O game insere criaturas animadas no entorno dos jogadores usando dados de GPS em tempo real e as câmeras do telefone.
O acesso da Niantic a esse nível de informação do usuário levou a uma preocupação em relação à segurança e, por isso, grupos de defesa do consumidor estão pedindo garantias de que os usuários possam reivindicar seus direitos se algum dia surgir uma disputa.
A federação das organizações de consumidores alemã ameaçou processar a Niantic se a produtora não remover 15 regras do contrato até 9 de agosto, dizendo que elas violam leis nacionais de informações.
Um dia após o lançamento francês, no domingo, o grupo de defesa dos direitos do consumidor UFC Que Choisir classificou o jogo como “muito curioso em termos de dados pessoais, potencialmente oneroso e até mesmo perigoso”, alertando os pais que as crianças podem gastar facilmente centenas de euros em compras dentro do jogo.
Durante seu lançamento inicial nos EUA, o jogo incorretamente pedia acesso pleno às contas dos usuários de iOS no Gmail e no Google antes de abrir mão do pedido em uma atualização.
A Niantic preferiu não comentar sobre seus contratos com os consumidores.
Gratuito, o aplicativo já foi lançado em mais de 30 países e especialistas dizem que o contrato pode violar as legislações britânica, francesa e da União Europeia.
A Autoridade de Mercados e Competição do Reino Unido (CMA, na sigla em inglês), órgão do governo que regula o mercado, preferiu não comentar especificamente sobre o contrato do jogo, mas destacou diversas regras que afetariam os acordos.
A legislação britânica do consumidor limita pactos que eliminam direitos a ações judiciais ou que forçam as pessoas a usarem a resolução de litígios fora dos tribunais, disse a agência. Um porta-voz não soube dizer se o órgão recebeu alguma reclamação sobre o aplicativo.

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