domingo, 12 de junho de 2016

Vítima de estupro nos EUA relata dor e impotência

Rio - Nos últimos dias, o julgamento de um estupro na Universidade de Stanford, na Califórnia, nos Estados Unidos, mobilizou a opinião pública e tomou conta das redes sociais. O agressor, Brock Allen Turner, hoje com 20 anos, foi pego em flagrante e condenado a apenas seis meses de cadeia, com mais três em liberdade condicional.O pai de Brock já causara polêmica ao afirmar, no tribunal, que seu filho não poderia ser preso por causa de um “ato de 20 minutos”. Agora, o longo relato da vítima ao júri e ao réu viralizou. 

A jovem, que se mantém sob anonimato, diz lembrar-se de pouca coisa daquele 17 de janeiro de 2015. Ela acompanhava a irmã mais nova numa festa da faculdade, onde bebeu, e conta que só acordou horas depois, no hospital. No meio-tempo, Brock e dois amigos a violentaram, nua, atrás de uma lixeira. Só Brock foi preso.

“Eu queria tirar meu corpo como se fosse uma jaqueta e deixá-lo no hospital com todo o resto”, relata a jovem, sobre o momento em que percebeu o que tinha acontecido. Agulhas de pinheiro estavam por todo seu corpo, até nas partes íntimas, e sua roupa estava rasgada.

Ela soube de detalhes do estupro dias depois, pela imprensa. “Depois de descobrir os detalhes gráficos do meu próprio ataque sexual, a matéria listava os números dele como nadador. Ela foi encontrada respirando, inconsciente, com suas roupas íntimas a 15 centímetros de distância de sua barriga nua, curvada em posição fetal. Falando nisso, ele é muito bom na natação. Acho que o final é onde você coloca as suas atividades extracurriculares para anular todas as coisas doentias.”

“É profundamente ofensivo que ele tente diluir o estupro com uma sugestão de ‘promiscuidade’. Por definição estupro é a ausência de consentimento, e me perturba que ele não pode nem ver essa distinção”, lamentou.

Nenhum comentário:

Postar um comentário