sexta-feira, 24 de junho de 2016

St. Louis tem sete tentativas de incêndios a igrejas em duas semanas

A porta do Santuário de St. Joseph, em St. Louis, é vista após tentativa de incêndio criminoso, na quinta (22) (Foto: AP Photo/Jeff Roberson)Um incendiário ateou fogo nas portas da administração de uma igreja católica de 172 anos na manhã de quinta (22), na sétima tentativa de incendiar um local de adoração na região de St. Louis em duas semanas, segundo a polícia.

Autoridades disseram que o serviço de emergência usou um extintor para conter as chamas aparentemente alimentadas por líquido inflamável na pesada porta de madeira do imponente Santuário de St. Joseph, no subúrbio. Ninguém ficou ferido e a administração estava vazia quando o incêndio foi relatado, por volta da 1h30, segundo o chefe do Departamento de Bombeiros de St. Louis, Dennis Jenkerson.

O chefe da polícia, Sam Dotson, disse que as igrejas que têm sido incendiadas desde o dia 8 de outubro são de orientações variadas, e que até a manhã de quinta os incêndios tinham sido todos em locais próximos uns dos outros e em vizinhanças predominantemente negras. Mas o último caso envolveu uma igreja fora do raio dos anteriores, e meios de imprensa local relataram que a congregação do Santuário de St. Joseph é em sua maioria branca.

Em todos os casos, as portas de entrada foram queimadas, deixando danos que variam de quase nada em uma igreja à quase destruição de outra.
O diácono Clinton McMiller (esquerda) e o pastor David Triggs carregam móveis da New Life Missionary Baptist Church, em St. Louis, após realizarem uma missa do lado de fora da igreja, no domingo (18), depois de um incêndio criminoso (Foto: J.B. Forbes/St. Louis Post-Dispatch via AP)
Jenkerson disse a repórteres na quinta que o incêndio no Santuário de St. Joseph foi “muito similar” ao das outras igrejas, especulando que os ataques possam ter sido motivados por um desentendimento ou doença mental. O porta-voz dos bombeiros, capitão Garon Mosby, disse que a possibilidade de os incêndios serem crimes de ódio – por questões religiosas ou raciais – “é parte da dinâmica” da investigação. “Não sabemos a esta altura”, informou.

Na terça, Dotson disse que a polícia planejava intensificar patrulhas e que investigadores estavam tentando desenvolver perfis de possíveis suspeitos ligados aos casos. O incêndio de quinta foi o primeiro desde domingo.

A região ainda está sensível pela morte, no ano passado, do jovem Michael Brown, de 18 anos, morto pela polícia em Ferguson, um subúrbio de St. Louis, e pela consequente decisão de um grande júri em não indiciar o policial que atirou nele. Brown era negro e estava desarmado quando foi baleado pelo branco Darren Wilson, em um caso que impulsionou o movimento nacional “Black Lives Matter”, criticando o tratamento policial dispensado às minorias.

Recompensas somando US$ 9 mil foram oferecidas por informações que levem à prisão de qualquer responsável pelos incêndios nas igrejas, que o governador Jay Nixon condenou como sendo “atos covardes” e “profundamente preocupantes”.

O site do Santuário de St. Joseph diz que a igreja é o único local do Meio-Oeste com um milagre autenticado pelo Vaticano – o caso de um imigrante doente que na década de 1860 teria se curado após beijar a relíquia de um futuro santo, Peter Claver.

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