Nas pesquisas conduzidas pelo professor Manoel Odorico de Moraes Filho, dois grupos de animais, um de ratos e outro de camundongos, foram inoculados com tumores de rápida proliferação --carcinossarcoma 256 de Walker e sarcoma 180, respectivamente. Em seguida, parte dos animais recebeu doses de fosfoetanolamina durante 10 dias.
Em ambos os casos, comparando-se a evolução das cobaias que receberam o suposto remédio e os que não o receberam, chegou-se à conclusão de que a substância não teve efeito inibidor dos tumores.
Para o professor Odorico, os trabalhos criam uma perspectiva negativa para que a fosfoetanolamina tenha efeito para tumores de crescimento rápido, embora não sirvam para descartar a possibilidade de que funcione em seres humanos. "Não podemos inferir que dê os mesmo resultados em seres humanos. Só podemos dizer que não funciona em gente quando fizermos testes em seres humanos", explicou.
Ele ressaltou que os dois estudos, antes de serem divulgados pelo ministério, foram revisados por especialistas de algumas das principais instituições de câncer no país, como o Instituto Nacional de Câncer, Hospital de Barretos, Icesp, USP e Unicamp. O Ministério adotou essa prática por causa da grande quantidade de leigos que passaram a questionar as metodologias das pesquisas feitas para avaliar a efetividade da fosfoetanolamina.
"Todo mundo quer que dê resultados positivos, mas eles não são muito alentadores", observou Odorico. Testes anteriores divulgados pelo MCTI também não foram positivos. Os primeiros estudos em humanos com a fosfoetanolamina devem começar em agosto, estima o professor da UFC.
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