“O perigo de novas ações no território europeu perpetradas por emissários, enviados, combatentes externos ou por militantes na Europa que recebem ordens e motivação de outras pessoas no estrangeiro se mantém elevado”, diz um relatório dos serviços secretos italianos.
O documento também ressalta o potencial de aumentar o espaço de manobra deste tipo de ações. “Cresce a possibilidade de [terroristas] encontrarem espaço para novos ataques como os de Paris, mas também as formas de coordenação horizontal entre microcélulas ou ações individuais pouco planejadas e, portanto, imprevisíveis”, diz o texto.
Os serviços secretos italianos advertiram que a Itália e o Vaticano “estão cada vez mais expostos” por serem um potencial “objetivo político, simbólico e religioso”, lembrando que papa dedicou o Ano Santo em 2016 ao tema misericórdia.
No relatório, os serviços secretos aconselharam, entre outros aspectos, “uma avaliação cuidadosa da divulgação da ideologia jihadista em circuitos radicais pela internet na Itália”, porque grande parte dos usuários do espaço virtual são “muito jovens e podem ser facilmente influenciados por opiniões ou por figuras carismáticas”.
O documento também destaca o peso cada vez maior das mulheres europeias no movimento jihadista, citando mulheres que se juntaram a grupos terroristas e se casaram com combatentes, bem como as que são mães de militantes.
De acordo com o texto, várias mulheres são responsáveis pelo recrutamento de novos elementos, especialmente pela Internet, e por vários aspectos logísticos, como o envio de dinheiro.
Para os serviços secretos italianos, o regresso dos combatentes jihadistas estrangeiros aos respectivos países de origem é um assunto que requer “vigilância máxima”.
Sobre o risco de que terroristas entrem no território europeu através da onda de migrantes que chegam do norte de África, os serviços secretos italianos afirmaram que “não encontraram provas específicas” dessa possibilidade, admitindo, porém, “a vulnerabilidade da rota dos Balcãs para potenciais entradas”.
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