terça-feira, 22 de março de 2016

Brasileira perde trem e escapa de ataque na Bélgica: 'Foi por um minuto'

Rio-pretense Neuseli Lamari diz que por um minuto perdeu o trem (Foto: Arquivo Pessoal)Uma fisioterapeuta de São José do Rio Preto (SP) escapou por pouco dos atentados que deixaram dezenas de mortos e feridos em Bruxelas, capital da Bélgica, na manhã desta terça-feira (22). “Foi por um minuto que perdi o trem que explodiu”, conta Neuseli Lamari, que estava a caminho de uma reunião na Universidade de Bruxelas
Ela diz que ainda está em choque com a tragédia. “Apesar do alívio enorme por ter perdido o trem anterior, não deixa de ser assustador estar em meio a toda essa confusão. Era uma fumaceira e uma correria só. Temos de aguardar aqui até sermos liberados para voltar em segurança ao hotel, em Paris”, relata.
A fisioterapeuta foi para o Congresso Mundial de Hipermobilidade, que aconteceu de 16 a 19 de março, para representar o Brasil, como expert sobre o tema. Ela permanece lá até o próximo dia 24, participando de reuniões com seleto grupo de estudos que em breve deve anunciar novidades sobre a síndrome de Ehlers-Danlos (SED), mal que afeta a vida de 40% da população.Repercussão
O primeiro-ministro belga, Charles Michel, condenou o que classificou de "atentados cegos, violentos e covardes" que atingiram a capital belga. "Temíamos um atentado terrorista e aconteceu", lamentou.
Duas explosões ocorreram no aeroporto e os ataques foram provocados por um homem-bomba, segundo a procuradoria local. Os ataques ocorreram na área de embarque, perto de um balcão da companhia American Airlines. Vozes em árabe e tiros também teriam sido ouvidos no local, segundo a imprensa belga.
Uma terceira explosão atingiu a movimentada estação Maelbeek, que fica perto de um bairro onde parte das representações da União Europeia está sediada, segundo a CNN.
Embora os bombeiros tenham mencionado apenas 11 mortos, o número de vítimas diverge entre as agências e jornais locais. A VRT fala em 34 mortos, sendo 20 no metrô e 14 no aeroporto. A RTBF fala em 11 mortos apenas no aeroporto e 15 mortos, além de 55 feridos, na estação de metrô. O Le Monde diz que 28 pessoas morreram. O jornal La Libre diz que 136 ficaram feridos. A CNN fala que 130 ficaram feridos.
Um diplomata esloveno ficou ferido nos ataques. A imprensa local afirma que ele estava se deslocando para o trabalho de metrô no momento dos ataques, segundo a Reuters.Ainda de acordo com a CNN, dezenas de pessoas foram retiradas de macas do aeroporto. As fotos do aeroporto mostram destroços e vidros quebrados. Imagens divulgadas pela BBC mostram a fumaça e a correria das pessoas para deixar o aeroporto.
Uma testemunha estava na área de embarque, entrevistada pela TV5, contou que logo após a primeira explosão houve um “momento de perplexidade”. Poucos instantes depois, veio a segunda explosão e “ninguém mais teve dúvida do ataque”, dando início à correria.
O primeiro-ministro belga, Charles Michel, afirmou que, nesse momento, a prioridade é estabilizar a situação: reforçar a segurança em alguns pontos onde os serviços de segurança temiam alguma ameaça e dar socorro às vítimas. O primeiro-ministro pediu calma e solidariedade para os compatriotas. “Nós estamos face a uma dificuldade, um desafio. Vamos enfrentar unidos e solidários”, declarou.
Ele disse que existe informações sobre mortos, mas não citou números. “Há muitos feridos, alguns, graves. É um momento negro para o nosso país”, afirmou.
Vítimas
A CNN diz que 26 morreram e pelo menos 35 ficaram feridos. O jornal HLN.BE afirmou que 11 morreram no aeroporto e 10 nas estação do Metrô. A Reuters fala em 13 mortos e 35 feridos, com base em uma TV local. O jornal local Le Soir também menciona 13 mortos. A RIA Novosti, da Rússia, informou 11 mortos e 20 feridos.
As autoridades recomendam às pessoas evitar deslocamentos. O sinal de celular está prejudicado nesse momento. Por isso, as autoridades orientam a enviar mensagens ou fazer contatos por redes sociais. As ligações telefônicas devem ser deixadas apenas para emergências. As autoridades esvaziaram todas as estações de metrô e suspenderam o deslocamento de trens em Bruxelas.

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