Medida é válida apenas para os estrangeiros que chegaram ao país em 2015 e tiveram seus pedidos de asilo negados. "Devemos estar preparados para usar a força se necessário", diz ministro.O ministro sueco do Interior, Anders Ygeman, afirmou, em entrevista publicada nesta quinta-feira (28/01), que o país planeja deportar dezenas de milhares de requerentes de asilo que tiveram seus pedidos negados pelas autoridades.
O governo pediu à polícia e às autoridades migratórias que preparem um plano para organizar as expulsões. "Estamos falando de 60 mil pessoas, mas esses números podem ainda chegar a 80 mil", disse Ygeman, citado pelo jornal Dagens Industri.
A medida será válida apenas para os refugiados que chegaram ao país em 2015 e tiveram seus pedidos de asilo negados.
A Suécia recebeu cerca de 160 mil migrantes no ano passado, a maior proporção per capita entre os países da União Europeia. O governo calcula que 45% dos pedidos de asilo tenham sido rejeitados.
Segundo o ministro, o governo planeja criar condições favoráveis aos migrantes que aceitem deixar o país voluntariamente. "A atitude inicial é promover o retorno voluntário e criar as condições para que isso ocorra", disse. Segundo ele, para isso seria necessário utilizar voos fretados, devido ao grande número de deportações.
Entretanto, o ministro não descarta a possibilidade de utilizar medidas mais drásticas. "Devemos estar preparados para usar a força se necessário", afirmou Ygeman a uma emissora de televisão sueca.
O governo admite que há um risco significativo de que muitos refugiados se tornem clandestinos no país para evitar a deportação. Por esse motivo, a polícia reforça a vigilância nas fronteiras, aumentando o número de controles de documentos.
Ygeman destacou também que o governo deve estar preparado para agir contra empregadores que explorem pessoas que permanecem no país sem permissão ou visto de trabalho.
A Suécia já está em conversações com o Afeganistão e o Marrocos sobre a devolução de migrantes oriundos desses países. Segundo o serviço de imigração, a maioria dos requerentes de asilo que chegou ao país em 2015 é composta por sírios, afegãos e iraquianos.
O fluxo de refugiados rumo à Europa continua, apesar do inverno no continente. A ONU estima que mais de 46 mil migrantes tenham chegado à Grécia desde o início de janeiro, sendo que mais de 170 pessoas morreram ao tentar realizar a perigosa travessia por mar.
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