segunda-feira, 7 de dezembro de 2015

Bombardeios britânicos na Síria são 'apoio ao terrorismo', diz Assad

Presidente Bashar al-Assad foi alvo de protestos em todo o país (Foto: Reuters/SANA/Handout via Reuters)
Os bombardeios aéreos realizados pelo Reino Unido contra o grupo Estado Islâmico na Síria são "ilegais" e constituem "um apoio ao terrorismo", afirmou o presidente sírio, Bashar Al-Assad, em entrevista ao jornal "Sunday Times".

"Não se pode derrotar (o grupo EI) somente com bombardeios aéreos. Não se pode derrotá-lo sem cooperar com tropas em terra. Não se pode derrotar se não tiver a aprovação do povo e do governo sírios", afirmou.
"Será prejudicial e ilegal, e será um apoio ao terrorismo", afirmou Assad na entrevista publicada neste domingo (6), ao falar sobre os bombardeios autorizados na noite de quarta (2) pelo parlamento britânico.
O presidente sírio ironizou sobre os "70 mil combatentes sírios moderados" citados pelo primeiro-ministro britânico, David Cameron, e sobre os quais a coalizão poderia se apoiar em terra.
"Onde estão? Onde estão os 70 mil moderados de quem falam? Não há 70 mil. Não há 7 mil", afirmou.
Bashar Al-Assad elogiou, pelo contrário, a intervenção russa em seu país, que classificou de "legal" e que reponde a uma "demanda" de sua parte.
"Quantas células extremistas existem agora na Europa? Quantos extremistas vocês exportaram da Europa para a Síria? O risco é a incubadora. Os russos compreenderam bem. Querem proteger a Síria, o Iraque, a região e inclusive a Europa. Não estou exagerando se digo que hoje protegem a Europa", assegurou.
Questionado sobre uma possível intervenção em terra dos soldados russos, Assad respondeu que "o tema ainda não foi debatido" e completa: "não acredito que precisamos agora porque as coisas estão evoluindo bem".
Assad deixa a porta aberta para uma cooperação com os países ocidentais se "realmente estiverem dispostos a nos ajudar a combater o terrorismo", e neste caso "os acolheremos".
Perguntado sobre a candidatura à Presidência de seu país, em caso de eleições, responde: "se houver um acordo sobre semelhante processo, tenho, como qualquer sírio, o direito de me candidatar".
"Minha decisão dependerá de minha capacidade de atuar, e se tenho o apoio do povo sírio", disse Assad.

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