sábado, 21 de novembro de 2015

Presidente do Mali pede que cidadãos 'não baixem a guarda' após ataque

O presidente do Mali, Ibrahim Boubacar Keita, pediu aos cidadãos malineses que "não baixem a guarda" após o ataque realizado na sexta-feora por um grupo jihadista em um hotel em Bamaco no qual morreram 19 reféns e dois terroristas, e várias pessoas ficaram feridas.
Em declaração à imprensa após uma visita ao hotel Radisson Blu, onde aconteceu o ataque, e ao hospital Gabriel Touré, onde estão internados os feridos, Keita repudiou o ataque, cujos autores "decidiram romper com a humanidade", lamentou."Os jihadistas não compartilham os mesmos valores que nós porque desconhecem o valor da vida", disse o líder malinês ao pediu que os cidadãos do país aumentem a precaução.
Keita agradeceu o trabalho e o "profissionalismo" das forças de segurança malinesas e internacionais nas operações de resgate dos reféns.
Vários jihadistas entraram ontem no hotel Radisson Blu, na capital malinesa, onde estavam hospedadas várias delegações internacionais, e mantiveram 170 reféns durante horas.
O governo do Mali decretou desde ontem um estado de emergência por dez dias no país e um luto nacional de três dias.
As autoridades malinesas continuam em busca de três suspeitos envolvidos no ataque, que foi reivindicado de forma conjunta pelos grupos jihadistas Al Mourabitoun e Al Qaeda do Magrebe Islâmico.
Entenda a ação
Depois de 8 horas de cerco, a polícia do Mali libertou reféns no hotel Radisson Blu, invadido por terroristas nesta sexta-feira (20), na capital Bamako. Durante o ataque, 170 pessoas chegaram a ficar em poder dos terroristas.
Localização do hotel Radisson Blu, sequestrado por homens armados em Bamako, Mali (Foto: G1/Arte)
Os terroristas invadiram o hotel por volta das 5h (horário de Brasília, 7h no Mali) desta sexta. No local havia 140 hóspedes e 30 funcionários, de acordo com a Rezidor, empresa americana que administra o Radisson Blu.

Segunto testemunhas, os agressores armados com fuzis AK-47 eram "jihadistas". Eles percorreram vários andares do hotel recolhendo reféns e se entrincheiraram no sétimo andar.
Alguns reféns foram liberados pelos próprios sequestradores, incluindo duas mulheres, após provarem que eram capazes de recitar versos do Alcorão. Quando percorriam os corredores do hotel, os agressores gritavam "Alá é grande".

Cinco horas depois do início do sequestro, uma primeira investida dos policiais e soldados  libertou algumas dezenas de reféns, mas, segundo a Rezidor, 138 pessoas permaneceram no hotel por até oito horas, até a invasão das forças de segurança que pôs fim à ação.
Em declaração oficial pela televisão, o presidente do país, Ibrahim Boubacar Keita, afirmou que 21 pessoas foram mortas, incluindo dois sequestradores. Sete pessoas ficaram feridas.

Ex-colônia francesa
O Mali fica no norte da África e registra recentes conflitos como extremistas islâmicos. O hotel onde houve o ataque fica a 1,5 km da embaixada dos Estados Unidos.

O Pentágono informou que os 22 militares e funcionários civis do governo dos EUA que estavam na cidade estão a salvo. E que 6 cidadãos americanos foram tirados do hotel --o estado de saúde deles não foi informado.

O governo francês informou à Reuters que não tem notícia de cidadãos do país entre vítimas. A empresa Air France afirmou que 12 de seus funcionários estavam no hotel, mas foram libertados pela ação policial. A empresa cancelou todos os voos de Paris para Bamako previstos nesta sexta.

Em agosto passado, outro hotel no Mali foi alvo de um ataque, que terminou com 13 mortos.

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