quarta-feira, 18 de novembro de 2015

Muçulmanos da Europa temem o agravamento da discriminação

 A França tem uma das maiores concentrações de muçulmanos da Europa. E por causa da barbárie promovida pelos radicais, eles temem agora o agravamento da discriminação.
Quando um grupo terrorista assume um atentado, quem sofre é toda a comunidade islâmica. Na França, vivem 4,7 milhões de pessoas que optaram pelo Islã. Em Paris, são 1,7 milhão de muçulmanos. 
Ao fazer uso de uma interpretação muito particular da religião, grupos como o Estado Islâmico pregam um islamismo distorcido, ultrarradical e totalitário, que quer impor seu modo de pensar a todos os países do mundo.
A reportagem esteve no bairro de Ménilmontant, que fica no Sudoeste de Paris. O bairro fica muito perto do La Belle Équipe, onde 19 pessoas foram mortas pelos terroristas.
No local moram muitos muçulmanos e o que se repara é que o comércio é quase todo voltado para eles. Uma loja, por exemplo, vende as roupas que eles costumam usar.
Um muçulmano de 74 anos, desempregado, diz que a série de atentados na capital francesa foi um pesadelo, “foi catastrófico para a França e o mundo todo. Um muçulmano verdadeiro jamais faria isso”.
Logo surge outro da comunidade e reclama da presença da reportagem. Quando o repórter conversava com outro muçulmano, o dono de uma loja interrompe a entrevista e força o homem a ir embora. Ficou claro que a equipe não é bem-vinda.  A equipe decidiu ir embora porque o clima estava ficando tenso e não queria criar aumentar a tensão, que já era natural.
Um dos principais líderes da comunidade islâmica francesa condenou os ataques. “O Islã não pode ser associado a esse tipo de ato. Temos que chamar essas pessoas pelo que são: assassinos que usam a religião apenas para justificar o injustificável", disse o chefe da Grande Mesquita de Paris.
Na porta da mesquita, Nabil expõe o medo de muitos no lugar: a discriminação. "O que eles fizeram manchou os muçulmanos, todos sofreremos as consequências".
Como em outros locais atacados, o restaurante Le Carillon virou local de vigília. Sanae el-Alaeii explica porque está no lugar: “Vim aqui mostrar como muçulmana que não dou apoio ao estado islâmico. O Islã prega o oposto do que eles fizeram, o Islã prega a paz".
O último balanço anunciado nesta terça-feira (17) pelo Ministério da Saúde diz que dos 352 feridos, 221 ainda estão internados. E o número casos graves passou de 99 para 57 pessoas.
A tradicional inauguração da iluminação de natal na Avenida de Champs-Élysées, que estava marcada para quarta-feira (18) foi cancelada. O comitê organizador avaliou que não há clima pra isso.

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