terça-feira, 24 de novembro de 2015

Deputados acusam o governo de defender Eduardo Cunha

Está marcada para esta terça-feira (24) a votação do relatório que pede a continuidade do processo contra o presidente da Câmara. Deputados acusam o governo de defender Eduardo Cunha  para que ele não atue contra os interesses do Planalto.

O foco dos governistas no momento é tirar os obstáculos para a votação de projetos, como medidas do ajuste fiscal. Outro foco é barrar qualquer votação que ameace os planos do governo. O resto é consequência. Petistas dizem que vão agir com independência no Conselho de Ética.
Foram várias reuniões para tentar acalmar os deputados insatisfeitos do PT.  O ministro da Casa Civil, Jaques Wagner, jantou com alguns deles para falar de projetos importantes para o governo e ouviu reclamações de quem não quer ficar ao lado de Eduardo Cunha nas discussões sobre a possível cassação do mandato do presidente da Câmara.
Dois dos três deputados do partido no Conselho de Ética fizeram questão de anunciar nesta segunda-feira (23) que devem votar a favor do prosseguimento da investigação.
“Considero que existem indícios suficientes para o andamento do processo. Não aceito nenhum tipo de acordo em relação a essa situação”, disse o deputado Leo de Brito (PT-AC).
Isso depois do constrangimento da última quinta-feira (12) em que os petistas demoraram para aparecer na reunião do Conselho e depois foram acusados de terem ajudado Cunha a pedido do Planalto.
“O governo não nos orientou em nada até agora e certamente não nos orientará no sentido de tomarmos posição”, disse o deputado Valmir Prascidelli (PT-SP).
Mas o governo não quer mesmo entrar em confronto com Eduardo Cunha. Pelo menos não agora. É o que dizem alguns governistas que lembram que falta muito pouco tempo para o recesso parlamentar, e que antes disso é preciso aprovar projetos importantes, como o que muda a meta fiscal. E que o Palácio do Planalto não quer entrar em confronto com Cunha porque acredita que ele pode prejudicar essas votações. E que os deputados do PT não precisam se preocupar em sair em defesa do presidente da Câmara porque os aliados de Cunha já vão fazer isso.
O presidente do Conselho de Ética já foi avisado de que os aliados de Cunha pretendem pedir um prazo para analisar o parecer do relator e com isso jogar a votação para a semana que vem. O governo também não quer se unir à oposição para prejudicar Cunha.
“Acho que cabe só aos partidos de oposição. Nós temos a responsabilidade de concluir o ano votando todas as matérias que são de alto interesse nacional”, disse o deputado Sibá Machado (PT-AC), líder do partido.
Nesta terça-feira (24), PPS, PSOL e Rede vão se reunir para definir uma estratégia única contra o presidente da Câmara.
“Eu acho que nós temos que ter uma ação comum, é isso que o PSOL vai propor aos diversos partidos, inclusive os grandes partidos desta Casa, que assumam essa tarefa que está degradando a Câmara dos Deputados, que é a permanência do Eduardo Cunha na presidência”, afirmou o deputado Ivan Valente (PSOL-SP), líder do partido.
A oposição também ameaça obstruir as votações em plenário. Estratégia que Eduardo Cunha diz não temer.
“Eu não estou pensando em contar com apoio nem de A nem de B. A Casa vai funcionar, até porque quem der falta, não comparecer, vai ser descontado. É normal isso. Faz parte do processo. Esse é um problema da Casa, que vai decidir. Eu não vou me constranger com essa possibilidade. Nós sempre votamos tudo e vamos continuar votando”, disse o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ).
Nesta segunda-feira (23) Eduardo Cunha disse que deve decidir antes do recesso sobre os pedidos de impeachment da presidente Dilma.

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