Único que sobreviveu ao acidente no mar foi o pai, que agora pretende voltar à Síria para enterrar sua família no país natal
O menino sírio Aylan Kurdi, de 3 anos – cuja foto de seu corpo morto em uma praia do município costeiro turco de Bodrum chocou o mundo nessa quarta (2) e ativou os debates sobre a crise migratória que atinge a Europa –, estava fugindo da cidade de Kobane, que há meses é dominada pelo grupo extremista Estado Islâmico (EI, ex-Isis).
O único que sobreviveu ao acidente foi o pai Abdullah Kurdi, que agora pretende voltar à Síria para enterrar sua família no país natal. A embarcação em que estavam naufragou e matou 12 pessoas, entre elas Aylan, seu irmão Ghalib, de 5 anos, e sua mãe.
O pai do menino disse que o seu barco estava superlotado e virou no mar rapidamente. Abdullah Kurdi afirmou nesta quinta-feira (3) que o capitão do barco entrou em pânico devido às altas ondas, pulou no mar e fugiu, deixando-o no controle da pequena embarcação.
"As ondas eram tão altas e o barco virou. Eu levei minha esposa e meus filhos nos meus braços e eu percebi que estavam todos mortos", disse ele. "Meus filhos escorregaram de minhas mãos", contou o pai à agência AFP, acrescentando que todos "estavam com coletes salva-vidas, mas o barco virou subitamente porque algumas pessoas se levantaram".
A tragédia causou comoção na Turquia e a foto de Aylan morto na praia, com seu corpo sendo carregado por um militar, foi publicada milhares de vezes nas redes sociais por internautas do mundo todo que se sentiram indignados com a crise migratória.
A rota entre Bodrum, na Turquia, e Kos, na Grécia, é relativamente curta, mas não menos perigosa. Algumas pessoas tentam fazer a travessia à nado e outras, em embarcações ilegais. De acordo com agências humanitárias, somente no mês passado, dois mil imigrantes fizeram este trajeto.
Nenhum comentário:
Postar um comentário