terça-feira, 11 de agosto de 2015

Dilma lastima alta na conta de luz e compara com racionamento de FHC

Ao justificar a alta no preço da energia, a presidente disse que é melhor pagar mais caro do que não ter energia

Ao lançar o programa de investimentos em infraestrutura de energia elétrica, uma das agendas positivas planejadas pelo governo com o objetivo de resgatar a imagem da gestão, a presidente Dilma Rousseff disse "lastimar" o aumento nas contas de luz desde o ano passado.
A presidente explicou que a alta no custo da energia tem como motivação a falta de água nos reservatórios das usinas hidrelétricas, o que obrigou o governo a recorrer às termelétricas (usinas que geram eletricidade pela queima de combustíveis como óleo e gás), que produzem energia com um custo mais alto.
Dilma Rousseff disse durante o programa do PT que sabe
Reprodução
Dilma Rousseff disse durante o programa do PT que sabe "suportar pressões e até injustiças"
"É verdade, sem sombra de dúvida, que as contas de luz aumentaram e, por isso, nós lastimamos. Mas elas aumentaram justamente porque, diante da falta de energia para sustentar a existência de luz, nós tivemos de usar as termelétricas e por isso pagar bem mais do que pagamos se houvesse apenas energia hidrelétrica no nosso sistema", disse Dilma durante o evento.
Em seu discurso, a presidente lembrou o racionamento de energia ocorrido em 2002, durante a gestão de Fernando Henrique Cardoso e, ao final da cerimônia, argumentou aos jornalistas que "entre faltar energia e ter energia, é melhor pagar um pouco mais para ter energia."
O pacote anunciado nesta terça-feira (11) pelo governo prevê investimentos em torno de R$ 186 bilhões.
Dilma ainda sinalizou a possibilidade de redução das contas nos próximos meses. "No sábado passado, o ministro (Eduardo Braga, de Minas e Energia) me informou que começamos a desligar as termelétricas. O que é possível graças ao aumento das chuvas, enchimento de reservatórios. Isso vai permitir uma redução no custo da bandeira vermelha", disse a presidente.
"Nós acreditamos que com a regularização do sistema hidrológico no Brasil nós teremos mais e melhores notícias a dar nesse sentido", complementou.
A alta da energia elétrica teve peso significante no cálculo da inflação dos últimos meses e tem sido usado como argumento pela oposição para caracterizar a ideia de estelionato eleitoral Nas inserções feitas pelos tucanos na semana passada na televisão e no discurso feito pelo deputado Bruno Araújo (PSDB-PE), os opositores utilizaram falas da presidente prometendo que o governo não deixaria o preço da conta de energia subir.
A promessa foi feita em janeiro de 2013, em pronunciamento em cadeia nacional de rádio e TV, no qual a presidente Dilma anunciou a redução na tarifa de energia elétrica por meio de uma lei para baratear as contas de luz em até 20%.
Na época, para conseguir esta redução, o governo reduziu e até mesmo acabou com a cobrança de encargos sobre a tarifa. Além disso, renovou contratos de concessão de geração e transmissão de energia pagando menos pelo serviço às empresas.
Já neste ano, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) passou a autorizar os reajustes e com a entrada em funcionamento das termelétricas, a cobrança da chamada “bandeira vermelha”.

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