"Em um universo infinito, deve haver outros casos de vida", disse nesta segunda-feira o famoso astrofísico britânico Stephen Hawking, no lançamento de um ambicioso programa que visa observar o espaço profundo em busca de vida extraterrestre inteligente.
Apoiado pelo empresário e físico russo Yuri Milner, este projeto que terá 10 anos de duração, chamado Breakthrough Escute, tem um orçamento de US$ 100 milhões e é apresentado como a tentativa mais poderosa, completa e intensa para detectar sinais de vida extraterrestre no universo.
"Em um universo infinito, deve haver outros casos de vida. Talvez, em algum lugar no cosmos, exista vida inteligente", ponderou Hawking no lançamento do programa na Royal Society, a academia britânica de ciências, em Londres.
"De qualquer forma, não há questão mais importante. É hora de se comprometer a encontrar uma resposta, de buscar encontrar vida fora da Terra. Temos de saber", afirmou o cientista, autor de trabalhos sobre a expansão do universo, buracos negros e a teoria da relatividade.
De acordo com especialistas, a área de trabalho será dez vezes maior do que a coberta em pesquisas anteriores e o Breakthrough Listen permitirá detectar, cem vezes mais rápido, ao menos cinco vezes mais frequências de rádio do que hoje.
Apesar dos meios utilizados, a investigação sobre a vida extraterrestre inteligente é "uma grande aposta", observou um dos principais responsáveis pelo projeto, o professor de astronomia britânico Martin Rees.
"Mas a recompensa seria tão colossal que o esforço vale a pena, mesmo que as chances de sucesso sejam muito baixas", disse.
'Mensagens para o infinito'
O projeto 'Breakthrough Listen' será realizado em parceria com o projeto Breakthrough Message, um concurso internacional para a criação de mensagens digitais que permitam a uma inteligência extraterrestre ter uma ideia sobre como é nossa humanidade. No estado atual, sem dúvidas, não está previsto ainda enviar mensagens para o espaço, um assunto que é muito debatido pelos cientistas.
"Uma civilização que leia nossas mensagens poderia ter milhares de milhões de anos de avanços na nossa frente", disse Hawking, de 73 anos de idade. "Seriam muito mais poderosos e poderiam nos dar a mesma importância que nós damos a uma bactéria".
O astrofísico já havia ressaltado anteriormente que na história humana há inúmeros exemplos de encontros trágicos entre civilizações com diferentes graus de avanço, como os incas com os espanhóis.
"Queremos conhecer a história (dos extraterrestres), seus modelos sociais, como concebem a origem do universo", apontou Ann Druyan, que enviou música ao espaço através do programa norte-americano de exploração Voyager nos anos 1970.
"Antes de nos lançarmos nestas discussões apaixonantes com eventuais inteligências vindas de muito longe, creio que a primeira mensagem que poderíamos enviar a eles seria simplesmente 'Olá!'", disse.
O projeto utilizará alguns dos maiores telescópios já criados para buscar sinais de laser e espectros eletromagnéticos.
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