Os novos programas de humor da tevê trazem a referências do Casseta & planeta. Como enxerga isso?
Existe muito mais uma retomada em cima da estrada que a gente trilhou do que uma ruptura. A proposta da TV Pirata, quando entrei como redator, era pretensiosa, uma quebra do era feito. Vivemos a evolução e involuções desse período. Uma das coisas que a gente teve no Casseta, nos últimos dez anos do programa, comparado com a TV Pirata, foi o aumento da quantidade do “não pode”. A gente não podia falar sobre marcas ou outros canais. Atualmente, há uma diminuição do código “do que não pode”.
Se o Casseta & planeta voltasse, como seria?
De uma certa forma, a gente "tá no ar", né? Com ou sem trocadilho. Acho até que de certa forma é uma homenagem. A gente foi uma banda que tocou muito tempo. O que eu acho é que saudosismo mata. Tem um pouco de soterramento, uma espécie de não falar da gente pra não parecer que está perto demais. Fala-se da TV Pirata, mas parece que a gente não existiu. Como tenho consciência plena da minha existência, tá tudo certo. Em termos de ambição criativa, acho que falta um pouco de tentativa de ruptura com o que vem sendo feito há 20 anos e de humor político. A gente é o maior representante disso.
Da nova geração de humoristas, algum te impressiona?
O Porta dos Fundos usou bem a linguagem do humor no YouTube. Eles foram uma novidade. Fábio Porchat é o melhor texto do Brasil. Ele só perde pra gente, mas a gente é seis. E éramos sete. Aí não vale…
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