Segundo o jornalista, mesmo com as contas ainda em aberto para o projeto, engenheiros da Câmara fizeram uma conta simples que mostra como os cálculos do peemedebista estão descolados da realidade das obras. Para tal constatação foi feita comparação da futura PPP com a parceria feita pelo governo do Distrito Federal para a construção de seu recém-entregue centro administrativo.
À época da votação, pouco mais de um mês atrás, foi mal visto por uma série de deputados. Parlamentares da esquerda rotularam-no como caso clássico de jabuti, termo usado no Congresso para emendas oportunamente encaixadas em projetos que não se relacionam com o tema. Neste caso, é difícil encontrar pontos em comum entre a proposta de aumento no PIS/Pasep-Importação e na Cofins-Importação e o desejo de se construir novos prédios para a ampliação dos gabinetes. Uma das alegações dos críticos é de que o destaque pode fomentar relações escusas de trocas de favores e tráfico de influência entre empresas privadas e parlamentares, o que facilmente poderia se alongar para a área do financiamento de campanha.
Já o argumento dos defensores da emenda caminhou no sentido de que seriam necessárias reformas na estrutura da Câmara e a criação de novas instalações para ampliação dos gabinetes. Essa é uma demanda histórica entre diversos parlamentares e também foi uma das promessas de campanha do atual presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), para seu sucesso nas eleições da casa, derrotando o próprio psolista Chico Alencar, Arlindo Chinaglia (PT-SP) e Júlio Delgado (PSB-MG). Promover parcerias público-privadas seria uma oportunidade de se atender às demandas da casa sem gerar mais custos à União, respeitando assim o ajuste fiscal defendido pelo Planalto.
Em resposta às críticas, Cunha alegou que não haveria um shopping para deputados. Segundo ele, o novo prédio seria um complexo de gabinetes e serviços – poderão ser instalados escritórios políticos e partidários e cedidos ao parceiro privado espaços para pequenas lojas comerciais, restaurantes, lanchonetes e empresas prestadoras de serviços (passagens aéreas e bancos, por exemplo).
Conforme noticiou o jornal O Globo nesta segunda-feira (22), a construção do novo complexo deixará na mão dos sete parlamentares que compõem a mesa diretora da Câmara a decisão sobre o processo de licitação das obras. Atualmente, a casa tem cerca de 150 mil metros quadrados de área construída. O plano é concluir obra com um total de 332 mil metros quadrados construídos.
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