Entre as vítimas, estão sobretudo trabalhadores da construção civil, idosos e sem-abrigo. Um dos principais conselhos dados à população foi que se mantivessem em casa e evitassem as piores horas de calor. No entanto, há trabalhadores que dizem não poderem dar-se ao luxo de o fazer. "Não se ganha dinheiro sentado em casa", disse à AFP Gurunath Patil, que gere um riquexó entre as 8h30 e as 16h em Nova Deli.
O sítio mais afetado pelo calor é o estado de Andhra Pradesh, onde morreram 900 pessoas em apenas dez dias. O número de mortes neste estado já equivale ao dobro do verão do ano passado, segundo avançaram as autoridades, citadas pelo jornal britânico “The Guardian”. Embora todos os anos morram pessoas na Índia em resultado do calor sentido durante os meses mais quentes, estas últimas semanas têm sido mais graves.
Na região de Telangana, no estado de Andhra Pradesh, as temperaturas chegaram aos 48ºC e mais de 200 pessoas morreram numa semana, muito acima das 31 mortes relacionadas com o calor registadas durante todo o ano passado.
"A onda de calor que estamos a enfrentar no momento é um pouco maior que o normal", disse o secretário principal do departamento da Receita, B. R. Meena, acrescentando que "as temperaturas aqui rondam os 48 ou 49 graus Celsius".
Em resultado do calor, a intensa utilização de aparelhos de ar condicionado gerou cortes de eletricidade em vários locais.
"Embora as mortes tenham começado a ocorrer na segunda-feira da passada semana, os números viram um crescendo imediato depois do calor abrasador sentido no fim de semana", acrescentou à AFP o alto comissário do Ministério de Gestão de Desastres de Andhra Pradesh, P. Tulsi Rani.
“Nada funciona – mesmo depois de tomar mais de meia dúzia de banhos por dia, não dá para combater o calor”, disse Manish Singh, 34 anos, gerente de uma loja, citado pelo “The Guardian”. “Tentamos passar mais tempo dentro de casa para evitar uma insolação. É pior que nos anos passados, dificilmente conseguimos ter eletricidade e o ar condicionado torna-se inútil.”
Segundo as previsões meteorológicas, o calor vai continuar. “As temperaturas máximas não vão descer substancialmente”, afirmou Brahma Prakash Yadav, diretor do departamento meteorológico da Índia, acrescentando, no entanto, que a partir de 2 junho já se espera chuva.
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