Em 2005, depois de analisarem dados do telescópio Hubble sobre as estruturas mais longínquas – e antigas – do Universo, astrônomos se depararam com um mistério: há 11 bilhões de anos (“apenas” 2,6 bilhões de anos depois do Big Bang), um tipo específico de galáxia podia ser encontrado em abundância por toda a parte; o mesmo não se aplicava aos tempos atuais, quando o formato parecia ter se tornado extremamente escasso. Apenas um punhado dessas estruturas compactas e esféricas foi achado atualmente na nossa vizinhança – naqueles tempos primordiais, elas possuíam cerca de um terço do tamanho das galáxias com forma e massa parecidas que encontramos hoje nos arredores da Via Láctea. Mas recentemente, um grupo de astrônomos propôs uma teoria que pode solucionar o enigma.
Segundo um artigo publicado no final de abril no The Astrophysical Journal, a resposta esteve esse tempo todo camuflada nas regiões centrais de galáxias como a nossa. “O esferoide de estrelas original e compacto permanece basicamente inalterado em seus centros – eles estavam escondidos à plena vista”, disse a New Scientist o astrônomo Alister Graham, autor principal do estudo. O pesquisador afirma que os núcleos analisados possuem exatamente a mesma massa e o mesmo tamanho compacto das galáxias do Universo primitivo, o que sugere que elas nunca desapareceram, mas apenas aglutinaram hidrogênio e estrelas de vizinhas menores, formando um disco ao seu redor.
Os astrônomos chegaram a esta conclusão depois de analisar em detalhes as informações coletadas sobre 21 galáxias do Universo local que pareciam grandes nuvens de estrelas em 3D, as chamadas gigantes elípticas. Eles descobriram que, na verdade, as estruturas têm forma de disco, são bidimensionais e planas, com núcleos em seu centro. Até então, os cientistas tinham sido enganados por uma questão de ponto de vista, já que a menos que nossa linha de visão esteja alinhada com a borda do disco, ele pode parecer uma nuvem esférica. Antes da nova teoria, a proposta mais aceita dizia que as galáxias primitivas teriam desaparecido depois de muitas colisões e fusões entre si, o que simulações de computador provaram ser possível – mas não havia evidências nem rastros de um processo tão grandioso. Ao que tudo indica, a solução estava bem ~embaixo de nossos narizes~.
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