As pedras são provavelmente uma complicação rara da doença celíaca, uma condição digestiva, que ele não sabia que tinha. Por causa de suas dores de cabeça recorrentes e problemas de visão, o homem havia sido tratado como se tivesse enxaqueca, mas não melhorava. Quando os médicos fizeram uma tomografia computadorizada, eles encontraram manchas de calcificação na parte de trás do cérebro do homem, nas áreas que comandam a visão.
Os testes de laboratório mostraram que, embora o fluido que circula no cérebro do homem fosse normal, ele tinha níveis mais elevados de anticorpos ligados à doença celíaca. Ela é auto-imune, em que o corpo reage ao glúten, uma proteína encontrada no trigo, na cevada, no centeio e em alimentos feitos com esses grãos. Esta reação provoca uma inflamação que danifica a mucosa do intestino delgado e impede que o corpo absorva todos os nutrientes.
A maioria dos sinais da doença é relacionada ao gastrointestinal, que inclui dor de estômago, constipação e diarreia. Outros sinais incluem deficiência de ferro, erupções cutâneas, dores de cabeça e fadiga. No entanto, nem todo mundo que tem a doença celíaca apresenta todos esses sintomas, e os pesquisadores estimam que as complicações neurológicas acontecem entre 6 a 10% dos pacientes com esse tipo de diagnóstico, de acordo com estudos anteriores.
Neste caso, os testes de sangue mostraram que o paciente tinha uma leve deficiência de ferro, e uma análise mais aprofundada de seus intestinos confirmou que ele tinha a doença celíaca. Ele foi então tratado com uma dieta livre de glúten e a ingestão de suplementos de ferro, bem como medicamentos para epilepsia e para seus distúrbios visuais. Sua condição tem melhorado bastante, de acordo com o novo relatório.
É raro uma pessoa ter uma combinação de doença celíaca, convulsões e calcificação cerebral, mas isso tem sido relatado em um pequeno número de pacientes. Não está claro como exatamente a doença leva à calcificação no cérebro, mas sugere-se que a capacidade reduzida de absorver ferro pode ter sua responsabilidade, afirmam os pesquisadores.
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