
lacrimogêneo.
A Sexta-feira Santa completou o terceiro dia de tensão e conflitos no complexo de favelas, que reúne 12 comunidades e quatro bases de UPPs (Unidade de Polícia Pacificadora) desde 2012.
Foi um dia de perplexidade para os familiares das vítimas da série de confrontos entre policiais e criminosos, iniciada na tarde de quarta, 1º, e que deixou quatro mortos no complexo. Em 24 horas, morreram Elizabete de Moura Francisco, 41, o menino e outros dois homens identificados como traficantes.
Moradores tiraram o feriado para pedir paz. Parte estendeu lençóis brancos nas janelas e parte desceu as ladeiras em um protesto até a Estrada do Itararé, principal via de acesso da região.
A PM lançou bombas de gás nas direção de um grupo que interrompia o tráfego na via por volta das 17h. Alguns manifestantes revidaram com pedras e outros buscaram abrigo em ruas e vielas.
O policiamento continuou reforçado e não houve registro de maiores conflitos até a conclusão desta edição. Páginas em redes sociais mantidas por moradores locais convocaram uma nova manifestação para a manhã de hoje.
Policiais afastados
O governo do Rio, em nota, informou que os policiais envolvidos na ocorrência da morte de Eduardo foram afastados e tiveram as armas recolhidas para perícia. Segundo a nota, eles responderão a inquérito da PM.
O garoto foi atingido por um tiro de fuzil na cabeça quando estava na porta de casa, à tarde. Num vídeo registrado por moradores da comunidade, policiais armados com fuzis são responsabilizados pela execução de Eduardo, que vestia um calção azul e estava sem camisa no momento em que foi baleado.
Sua mãe, a doméstica Terezinha Maria de Jesus, 40, disse à reportagem que foi a polícia o que matou. “Não houve tiroteio. É uma mentira que teve confronto”, afirmou. Na noite de quinta-feira, houve protesto com velas no trecho onde Eduardo foi morto.
Terezinha cogita deixar o Alemão. “Quero justiça e depois vou embora para minha terra (o Piauí). Não quero ficar nesse lugar maldito, vou sair daqui”, disse a doméstica, que deseja sepultar o corpo do filho em seu Estado natal. (das agências)
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