quinta-feira, 5 de março de 2015

Lava Jato e afago ao PMDB pavimentam novas mudanças nos ministérios

Além de preparar trocas no primeiro time da presidente, governo deve destravar nomeações para o segundo e terceiro escalões do governo após definição dos nomes que serão investigados por desvios na Petrobras

Uma vez que forem confirmados os nomes nomes dos políticos investigados pelaOperação Lava Jato e em meio ao esforço para melhorar as conversas do governo com o PMDB, Planalto deve definir novas mudanças nos cargos de primeiro e segundo e terceiro escalões do governo. 
A aposta é de que Alves não seja investigado no processo da Lava Jato. No entanto, sua indicação cria diferenças de tratamento do Planalto entre Cunha e Renan, caso os dois estejam citados na lista de pedidos de investigação do Ministério Público, já que o senador perde a pasta para o deputado, que também pode ser citado.
Outra opção da presidente é realocar Alves na pasta da Integração Nacional, hoje controlada pelo ministro Gilberto Ochi, indicado pelo PP, outro partido que deve ter vários de seus nomes listados na investigação sobre o suposto esquema de fraude em licitação de pagamento de propina instalado na Petrobras.
Entre interlocutores da presidente, há quem defenda ser menos prejudicial para pacificar a base no Congresso desalojar o PP e não irritar ainda mais Renan Calheiros. Outra avaliação corrente no núcleo duro do governo é de que o PP já não vem assumindo o compromisso de votar a favor das propostas do governo desde o primeiro mandato de Dilma.
Ministros mais próximos de Dilma têm procurado lembrar que a recondução do ministro Mangabeira Unger para a Secretaria de Assuntos Estratégicos (SAE) aumentou a cota do PMDB, que não poderá mais reclamar de estar sub-representado na Esplanada. O PMDB contabiliza seis ministros. Já o Planalto argumenta que, caso Alves vá para a Integração Nacional, o partido terá oito ministros.
Entre as reivindicações, estão as diretorias de órgãos executores ligados às pastas de Transportes, Integração Nacional e Saúde. Entre os postos cobiçados estão os do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) e do Departamento Nacional de Obras contra Seca (Dnocs), além da diretoria da Transpetro, subsidiária da Petrobras, responsável pelo transporte de petróleo e seus derivados. 
Na avaliação de peemedebistas, o controle da Transpetro, cuja indicação era de Renan Calheiros, vale mais que algumas pastas do primeiro escalão.
Dilma ainda precisa definir a nova diretora da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) que o PMDB quer manter sob seu controle. O nome indicado para o cargo é de José Agenor Álvares da Silva, ex-ministro da Saúde do governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, entre 2006 e 2007. Ligado ao PMDB da Câmara, Agenor ameaça desbancar a indicação de Jarbas Barbosa, mais ligado ao ministro Arthur Chioro. 

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